Renan Cavalari Popowicz, intérprete da cantora drag queen Sereia do Amazonas, morreu aos 31 anos de idade, na segunda-feira (22), no Paraná. A informação foi confirmada à Quem pela Fundação Artística de Londrina (Funcart) nesta terça-feira (23).

A instituição, que funciona como Escola Municipal de Dança, Teatro e Ballet de Londrina, informou que a morte de Renan aconteceu na segunda-feira, mas não informou mais detalhes sobre o que levou Renan a óbito. "Com pesar comunicamos o falecimento do colaborador e ex-funcionário Renan Cavalari. Informamos que a Funcart decreta luto e suspende suas atividades no dia 23 de abril de 2024", diz a nota oficial.

Em setembro de 2023, em uma carta aberta assinada como Sereia, o artista fez um longo desabafo. "Ao contrário do que muitos pensam, não cheguei aqui ontem, as coisas para mim nunca aconteceram do nada, nunca foram fáceis. Trabalho há 13 anos, sempre fui uma guerreira, luto pelo meu trabalho, pelo meu amor à música, pelo teatro, pela dança, pelos artistas locais, mas em alguns momentos preciso parar, refletir e repensar nosso futuro", iniciou.

"O planeta gira, nós mudamos e, às vezes, precisamos encerrar ciclos para começar outros. Como diria Elis Regina, 'o passado é uma roupa que não serve mais'. Será? Será mesmo?", prosseguiu, afirmando que sempre se sentiu estimulada na profissão. "Eu sempre tive muito apoio das pessoas, sem elas nada disso seria possível. A Sereia do Amazonas não sou só eu. Ela é um pouquinho de cada um que faz parte dessa história. Obrigada a todos que estiveram comigo até aqui. Isso não é um adeus. É um agradecimento e um até logo", diz a carta compartilhada em 28 de setembro.

Trajetória artística

Sereia do Amazonas foi uma criação conjunta de Renan Cavalari e do diretor de teatro Silvio Ribeiro. A personagem subiu aos palcos, pela primeira vez, em 2015, na peça República, uma comédia. No espetáculo, Sereia transmitia uma mensagem contra a LGBTfobia e celebrava a diversidade.

Em seu canal no YouTube, Renan compartilhava situações do seu dia a dia e debatia pautas de resistência e inclusão.