O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar, nos próximos dias, a indicação da procuradora de Justiça alagoana Marluce Caldas para o cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O nome de Marluce desponta como favorito para a vaga.

Com 37 anos de atuação no Ministério Público de Alagoas (MPAL), Marluce é uma das figuras mais respeitadas da carreira. Foi a primeira promotora a atuar no Tribunal do Júri de Maceió e a primeira mulher a coordenar o Núcleo de Pesquisa Jurídica do Cesmac. Também ocupou cargos no Executivo estadual, como secretária da Mulher e secretária do Emprego e Renda, além de ser professora universitária.

A indicação da procuradora ganhou força após articulações políticas intensas de lideranças alagoanas, incluindo parlamentares do próprio PT. O apoio se intensificou após a inclusão de seu nome na lista tríplice formada por votação secreta entre os ministros do STJ, na qual Marluce obteve 17 votos — a maior votação entre os concorrentes.

Outro fator que fortaleceu sua candidatura foi o apoio político dentro da própria família. Marluce Caldas é tia do prefeito de Maceió, JHC (PL), que, apesar de filiado a um partido aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, tem buscado aproximação com o governo federal. O prefeito participou de eventos com ministros de Lula em Alagoas e tem mantido diálogo com lideranças do PT, numa estratégia de equilíbrio político.

A entrada recente de Eudócia Caldas (PL), mãe de JHC e também parente de Marluce, no Senado Federal, adicionou mais peso à articulação. Embora bolsonarista, Eudócia estaria disposta a apoiar a indicação de Marluce, o que pode ajudar a garantir os votos necessários na sabatina da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado e na posterior votação em plenário.

Com duas vagas abertas no STJ, Lula deve concluir as indicações ainda em abril. Caso aprovada pelo Senado, Marluce Caldas será empossada e passará a integrar a 2ª Turma da 1ª Seção do STJ, especializada em Direito Público.