A Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) iniciou uma investigação sobre os impactos ambientais e urbanísticos da construção de cinco megatorres, de 15 andares cada, na Lagoa da Anta, em Maceió. O projeto, avaliado em R$ 2 bilhões, é fruto de uma parceria entre a Record Construtora e o Grupo Lundgren, dono do Hotel Jatiúca.

O presidente da comissão, deputado Delegado Leonam (União Brasil), anunciou que, após o recesso parlamentar, no dia 15, será realizada uma audiência pública para debater a viabilidade do empreendimento. O deputado destacou a necessidade de analisar os impactos legais, ambientais e urbanísticos da obra.

"Estamos diante da última lagoa em zona urbana de Maceió. Precisamos discutir os impactos dessa construção, que pode afetar matas ciliares, biodiversidade local e a mobilidade urbana em uma região que já sofre com congestionamentos", alertou Leonam.

O parlamentar também reforçou que existe legislação federal que protege lagoas urbanas, impedindo sua supressão para empreendimentos imobiliários. "É fundamental garantir a transparência e ouvir moradores, ambientalistas e especialistas para decidir a melhor alternativa para a cidade", pontuou.

O projeto da Record Construtora tem sido conduzido sob sigilo, o que tem gerado questionamentos. O sócio da empresa, Hélio Abreu, afirmou que as negociações estão resguardadas por contratos, mas a falta de debate público e a ausência de regulamentação específica para a Lagoa da Anta no Plano Diretor de Maceió preocupam especialistas e autoridades.