O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) emitiu uma recomendação ao Clube de Regatas Brasil (CRB) para suspender o patrocínio da Fatal Model, site de anúncios de acompanhantes de luxo, dos uniformes da equipe.

A recomendação foi direcionada ao presidente do clube, Mário Marroquim, e ao vice-presidente de marketing, André Carneiro, em resposta ao contrato firmado entre o CRB e a Fatal Model no dia 31 de outubro de 2024. A marca foi incluída na barra traseira das camisas oficiais do time nos últimos jogos da Série B do Campeonato Brasileiro, e o MP argumenta que a associação é inapropriada, especialmente para o público infantojuvenil.

O MP destacou que o CRB tem um público diversificado, incluindo torcedores mirins, que frequentam estádios e consomem produtos do clube. Diante disso, a recomendação busca evitar que crianças e adolescentes tenham contato indireto com a divulgação de um site de acompanhantes de luxo, conteúdo que o órgão considera prejudicial para essa faixa etária.

O promotor de Justiça Gustavo Arns afirmou: “O MPAL está comprometido em garantir o respeito às normas de proteção à infância e juventude. Expor crianças e adolescentes a uma marca desse tipo em produtos de um clube de futebol pode violar o Estatuto da Criança e do Adolescente”.

A recomendação administrativa também se fundamenta nas diretrizes constitucionais de proteção à infância, e o MP enfatizou a possibilidade de sanções caso o clube mantenha o patrocínio da Fatal Model em produtos acessíveis ao público jovem. O MP sugere, ainda, que, se o CRB decidir manter o contrato, toda a divulgação da marca seja restrita a materiais voltados exclusivamente ao público adulto, para evitar a exposição de menores ao conteúdo adulto promovido pela marca.

O CRB tem um prazo de cinco dias para comunicar ao MPAL quais medidas adotará em resposta à recomendação.

Vale notar que a Fatal Model, além do CRB, possui parcerias com outras equipes da Série B do Campeonato Brasileiro, como Vila Nova, Paysandu, Ponte Preta e Amazonas.