Mercado de alimentação no Brasil: entenda o crescimento

05/06/2021 17h05
05/06/2021 17h05
Mercado de alimentação no Brasil: entenda o crescimento
Entregadores - Foto: Entregadores

Você sabia que o mercado de alimentação no Brasil cresceu cerca de 12,8% em 2020, mesmo com a pandemia do novo coronavírus? Ou, na verdade, talvez justamente por causa dela. O segmento foi um dos poucos que foi potencializado pela crise trazida pela pandemia, crescendo e se tornando mais lucrativo por causa dela. É claro que existem algumas exceções, como o setor de proteínas animais que operou no vermelho por causa do aumento do preço de insumos de ração para porcos e aves. No entanto, a tendência do setor foi de crescimento.

No entanto, o que será que potencializa esse maior faturamento no segmento? Será que apenas a pandemia explica o crescimento ou há algo a mais nisso? De que forma podemos entender a maior demanda por comida que foi experienciada em 2020? Mais importante: será que a tendência segue em 2021 ou viveremos um ano com menor foco na alimentação e retomada de crescimento em outras áreas?

Entenda a seguir o que motivou o crescimento do mercado de alimentação no Brasil e o que isso nos diz sobre 2021!

O que gerou o crescimento no mercado de alimentação no Brasil em 2020?


O mercado de alimentação no Brasil foi alavancado em 2020 por uma série de fatores. Eles trabalharam em conjunto para estimular o maior consumo de itens alimentícios no país.

Um dos principais fatores para isso foi a pandemia do novo coronavírus. Ela criou um contexto muito significativo que levou as pessoas a ficar mais tempo em casa. No entanto, por ser uma coisa de longo prazo (afinal, a pandemia já dura mais de um ano), ela estimulou um maior aumento de consumo de comida também.

Por exemplo, ao precisar ficar em casa, as pessoas fazem compras com maior antecedência. Quem antes fazia uma compra semanal, agora passou a fazer uma mensal. Até para não se expor tanto ao vírus. Se antes a pessoa poderia esquecer uma coisinha e voltar no mercado para buscar de novo, agora já não pode mais.

Para completar, ficar em casa em quarentena aumenta a ansiedade das pessoas. Portanto, elas comem mais, o que faz com que aquela compra mensal não dê mais para o mesmo tempo que antes dava. É necessário comprar mais.

Além disso, os restaurantes com delivery também se destacaram por causa da pandemia. Afinal, as pessoas se cansam fácil de ter de cozinhar no café da manhã, almoço e jantar. Portanto, uma vez a cada quinze dias ou mais, as pessoas passaram a pedir um delivery para descansar.

O resultado foi um aumento de 187% no faturamento de deliveries em 2020, muito por causa da pandemia do novo coronavírus.

Outro fator que aumentou o faturamento do setor de alimentação no Brasil foi o auxílio emergencial. O valor de R$ 600,00 foi pago em 3 prestações iniciais para 65 milhões de pessoas e depois em mais 4 prestações menores até o final do ano.

Para muitas famílias, isso significou um incremento significativo de renda, o que permitiu que o dinheiro fosse direcionado para comprar mais alimentos. Portanto, ajudou a estimular o setor.

Por fim, parte do aumento de faturamento do segmento de alimentação veio do crescimento do dólar. Quando a moeda americana sobe, muitos itens acabam ficando mais caros (o que gera maior faturamento para as empresas, embora não necessariamente maior lucro).

Um exemplo básico é a carne de porco e aves. Para alimentar esses animais, é necessário ração feita de milho e soja. Com o aumento do preço do milho e da soja no mercado internacional por causa do dólar, esses produtos ficaram mais caros também.

O que esperar do setor em 2021?


Em 2021, devemos ter a manutenção de alguns fatores que estimulam o mercado, mas outros não. A começar pela pandemia. Ela permanece como um dos fatores principais no nosso cotidiano e segue influenciando nosso dia a dia.

O auxílio emergencial, por sua vez, foi reduzido de R$ 600,00 para R$ 150,00. O seu impacto será muito menor do que em 2020, o que tende a não gerar tanto crescimento assim para a alimentação.

Por fim, o dólar segue em alta, aumentando o preço das proteínas e de outros elementos. Tudo que for influenciado pela importação de insumos (trigo, milho, soja, etc.) tende a manter um preço alto.

No geral, 2021 provavelmente não terá um crescimento significativo no mercado, mas ainda manterá um nível alto se comparado a 2019 ou 2018, por exemplo.

Prontinho! Agora você já sabe o que levou ao crescimento do mercado de alimentação no Brasil em 2020 e o que isso significa para o setor em 2021. Portanto, pode usar esse conhecimento para se posicionar melhor no mercado e conseguir usufruir desse período de bonança para a sua empresa também. Sabendo o que você sabe agora, ficará mais fácil garantir que o seu negócio surfará essa onda enquanto ela durar.

Gostou do conteúdo? Então deixe um comentário abaixo com a sua opinião!