Após fim de afiliação com a TV Gazeta, Globoplay lança série narrando ascensão e queda de Fernando Collor de Mello
A TV Globo transformou um dos capítulos mais polêmicos da história política e midiática de Alagoas em enredo para o streaming. Poucos dias após o fim da afiliação com a TV Gazeta, emissora pertencente à família do ex-presidente Fernando Collor de Mello, a Globo lançou no Globoplay a série Original Caçador de Marajás, produção que narra a ascensão e queda do político alagoano.
A coincidência temporal chamou atenção no meio político e entre telespectadores. O rompimento entre a Globo e a Gazeta — uma das mais longas parcerias de afiliação da TV brasileira — ocorreu oficialmente no dia 27 de setembro, quando a emissora alagoana completava 50 anos de fundação. A partir de então, a programação da Globo passou a ser retransmitida pela TV Asa Branca, de Pernambuco, em decisão autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O encerramento do contrato veio após uma série de disputas judiciais. A Globo alegou que manter vínculo com a Organização Arnon de Mello (OAM), controlada por Collor, seria uma “ameaça à autonomia editorial”, apontando que o ex-presidente, mesmo afastado formalmente, continuaria atuando nos bastidores. A Gazeta tentou contornar a decisão informando ao STF que Collor deixaria o comando societário, mas a emissora carioca classificou o gesto como “manobra para inglês ver”.
Enquanto o impasse jurídico segue, a Globo ampliou o alcance do tema com o lançamento da série documental Caçador de Marajás, disponível no Globoplay desde quinta-feira, 16. Produzida pela Boutique Filmes e pela Waking Up Films, a obra traz depoimentos de ex-presidentes da República, jornalistas, familiares e pessoas próximas a Collor.
Ao longo de sete episódios, a série percorre desde a infância do ex-presidente em Alagoas até sua meteórica ascensão à Presidência da República e a renúncia em 1992. O diretor Charly Braun descreve o projeto como “uma história em que a realidade supera a ficção”, destacando o caráter trágico e simbólico da trajetória de Collor.
A produção utiliza um vasto acervo de imagens e documentos da própria Globo e de outros arquivos históricos, cobrindo mais de sete décadas. “Acompanhamos não apenas a trajetória pessoal e política de Collor, mas também as transformações do Brasil nesse período”, explica Gustavo Mello, produtor da Boutique Filmes.
Conforme analistas políticos, o lançamento ocorre em meio à reestruturação da rede Globo em Alagoas e reacende o debate sobre a influência política do ex-presidente no estado. Ainda segundo eles, a estreia da série, em plena crise de afiliação, representa mais do que uma coincidência: simboliza o fim de um ciclo de poder e comunicação que marcou a história da televisão e da política alagoana.
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