Pai é condenado a mais de 50 anos de prisão por matar filho de 4 anos envenenado e tentar culpar creche em Maceió

Por Redação com G1 18/09/2025 22h10
Por Redação com G1 18/09/2025 22h10
Pai é condenado a mais de 50 anos de prisão por matar filho de 4 anos envenenado e tentar culpar creche em Maceió
Anthony Levy, de 4 anos, morreu após passar mal em escola em Maceió - Foto: Reprodução/TV Gazeta

O Tribunal do Júri condenou, nesta quinta-feira (18), um homem a 52 anos e quatro meses de prisão por matar o filho Anthony Levi envenenado com chumbinho na véspera do aniversário de 5 anos, e também por fraude processual. O julgamento ocorreu em Maceió. Cabe recurso da decisão.

O réu também foi condenado ao pagamento de indenização de R$ 100 mil à ex-companheira, mãe de Anthony Levi, e à perda do poder familiar sobre o filho de outro relacionamento.

A sessão foi conduzida pelo juiz José Eduardo Nobre Carlos, titular da 8ª Vara Criminal.

Ele foi preso em 2024 e confessou o crime. Ele disse que comprou o veneno e misturou no mingau do filho para se vingar da ex-companheira, mãe da criança.

Câmeras de segurança registraram o momento em que ele descartou o frasco com o veneno na creche, em uma área de circulação de crianças. Segundo o Ministério Público, a intenção era atribuir a responsabilidade da morte à administração do local.

A substância letal foi adquirida ilegalmente por R$ 13 em uma feira no bairro do Jacintinho, cinco dias antes do crime. O laudo pericial confirmou que o veneno encontrado no frasco descartado foi o causador da morte do menino.

A mãe da criança, Ingrid Nathally Nascimento da Silva, esteve presente ao julgamento e se emocionou durante o depoimento.

“Meu filho foi traído por alguém que ele amava. É uma dor que nunca vai passar, o vazio sempre vai estar aqui presente”, afirmou.

Durante o julgamento, o promotor de Justiça Flávio Gomes destacou a crueldade do crime e a quebra do dever de proteção paterna.

“O pai deveria estar protegendo, guardando, zelando. O Anthony morreu com quatro anos de idade, de forma agonizante, após ingerir metade de um frasco de chumbinho. Em 30 anos de atuação, nunca vi um crime tão cruel e perverso quanto este”, disse o promotor.