Proposta da CBF de ampliação da Série D enfrenta resistência entre os clubes

Por Redação com GE 15/09/2025 21h09
Por Redação com GE 15/09/2025 21h09
Proposta da CBF de ampliação da Série D enfrenta resistência entre os clubes
Série D - Foto: Reprodução

A ampliação da Série D em 2026 de 64 para 96 clubes está, por ora, travada. A proposta da CBF encontra forte resistência entre os clubes. Em reunião virtual com dirigentes já classificados, a maioria se manifestou contrária ao aumento de vagas, segundo o ge apurou.

Segundo os representantes, a mudança seria injusta, uma vez que muitas equipes sem calendário nacional investiram em seus estaduais e garantiram a classificação em campo. Para eles, a inclusão de novos times às vésperas do torneio desvalorizaria o esforço feito ao longo da temporada.

Esse foi o argumento utilizado por Saullo Vianna, presidente do Nacional-AM:

— Nosso clube, sem calendário definido, investiu para conquistar uma delas (vagas) em campo. Se soubéssemos que seriam três vagas, o investimento poderia ter sido menor para buscar a terceira. Fizemos um esforço grande para alcançar a classificação e conseguimos. Considero, portanto, injusto mudar agora, depois de todo o trabalho feito pelos clubes em 2025 para garantir essa vaga.

Giovanne Alves, presidente do Manaus, disse que os clubes vão propor que a ampliação ocorra apenas em 2027.

— Apoiamos o presidente Samir (Xaud, da CBF) em suas decisões, mas nosso entendimento é que os clubes que conquistaram suas vagas de fato e de direito dentro de campo disputem o campeonato de 2026, e que quaisquer mudanças sejam estabelecidas apenas para 2027.

A proposta de ampliação

A mudança no calendário das divisões inferiores do futebol nacional começou com uma possível criação da Série E. A Quinta Divisão brasileira chegou a ser proposta pelo Conselho Nacional de Clubes, mas não avançou.

Com isso, ganhou força o debate para o aumento do número de participantes na Série D de 64 para 96 equipes. A ideia representaria um acréscimo de 32 clubes, com direito a uma vaga extra por federação. Com isso, 156 clubes teriam calendário anual nas quatro divisões do futebol brasileiro.

O formato seria o seguinte:

16 grupos com seis clubes cada. Fase de grupos com turno e returno, sendo 10 jogos para cada clube;
Os líderes de cada chave já avançam direto para a 3ª fase, enquanto aguardam outros 16 clubes que sairão da 2ª fase, que é uma espécie de repescagem;
Para essa 2ª fase/repescagem, vão os 2º e 3º colocados de cada grupo. Eles disputam um mata-mata que vale vaga na 2ª fase, onde já estão os líderes dos grupos;
Todos os 32 clubes que alcançarem a 3ª fase garantem vaga na Série D do ano seguinte

Com a ideia rejeitada pelos clubes para 2026, as conversas devem seguir para implantação do novo formato em 2027.

Clubes garantidos na Série D de 2026

Acre: Independência e Galvez;
Alagoas: ASA, CSE e CSA*;
Amapá: Trem;
Amazonas: Nacional-AM e Manaus;
Bahia: Atlético-BA, Jacuipense e Porto-BA;
Ceará: Ferroviário, Maracanã e Tirol;
Distrito Federal: Capital-DF e Gama;
Espirito Santo: Rio Branco-ES e Vitória-ES;
Goiás: CRAC, ABECAT Ouvidorense e Inhumas;
Maranhão: IAPE e Imperatriz;
Mato Grosso: Primavera-MT e Mixto-MT;
Mato Grosso do Sul: Operário-MS;
Minas Gerais: Betim, Democrata GV, Uberlândia e Tombense*;
Pará: Tuna Luso e Águia de Marabá;
Paraíba: Sousa e Serra Branca;
Paraná: Cianorte, São Joseense e Azuriz;
Pernambuco: Decisão, Maguary e Retrô*;
Piauí: Piauí e Fluminense-PI;
Rio de Janeiro: Madureira, Sampaio Corrêa e outra vaga restante via Copa Estadual;
Rio Grande do Norte: Laguna, América-RN e ABC*;
Rio Grande do Sul: São Luiz, Guarany de Bagé e outra vaga restante via Copa Estadual;
Rondônia: Porto Velho;
Roraima: GAS;
Santa Catarina: Joinville, Santa Catarina e outra vaga restante via Copa Estadual;
São Paulo: Portuguesa, Velo Clube, Noroeste e outra vaga restante via Copa Estadual;
Sergipe: Lagarto e Sergipe;
Tocantins: Indefinido.