Alvo de operação da Polícia Federal, governador do Tocantins é afastado do cargo

Por Redação, com g1 03/09/2025 08h08
Por Redação, com g1 03/09/2025 08h08
Alvo de operação da Polícia Federal, governador do Tocantins é afastado do cargo
Wanderlei - Foto: Aurora Fernandes/TV Anhanguera

A Justiça afastou do cargo o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), por seis meses. Ele é alvo de operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (3). A decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e será levada para análise especial da Corte.

O afastamento tem validade imediata, mas perde a validade caso a decisão de Campbell seja derrotada na votação da Corte.
Além do afastamento de Barbosa, a PF realiza a 2ª fase da Operação Fames-19, que apura desvios de recursos durante a pandemia de Covid-19 no estado. O prejuízo estimado seria superior a R$ 73 milhões.

Mais de 200 policiais cumprem 51 mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares em Palmas (TO), Araguaína (TO), Distrito Federal, Paraíba, Maranhão.

O objetivo da operação realizada nesta quarta é reunir novos elementos sobre o uso de emendas parlamentares e o recebimento de vantagens indevidas por agentes públicos e políticos.

Desvio de recursos

A PF apura fraudes em contratos de fornecimento de cestas básicas e frangos congelados financiados por emendas parlamentares em 2020 e 2021. Nesse período, os investigados teriam se aproveitado do estado de emergência em saúde pública e assistência social para fraudar contratos de fornecimento de cestas básicas.

Os contratos do governo do Tocantins investigados pela PF e STJ envolvem a compra de pelo menos 1,6 milhão de cestas básicas durante a pandemia. A suspeita da polícia é de que os contratos, que chegavam a quase R$ 5 milhões, foram pagos, mas nem todas as cestas foram entregues à população.

Na época, as compras de alimentos e aluguel de caminhões que fizeram a distribuição em todo estado foram realizadas sem licitação, considerando o decreto de emergência estadual.

Os recursos desviados, segundo a PF, teriam sido ocultados em empreendimentos de luxo, na compra de cabeças de gado e em despesas pessoais dos envolvidos no esquema criminoso.

Operações da Polícia Federal

Além da operação no Tocantins, a PF realiza outras quatro operações pelo país nesta quarta-feira contra organizações criminosas e no combate ao desvio de recursos públicos. Policiais estão nas ruas de oito estado: RJ, SC, SP, PR, MG, MT, AP e PE. Estão em andamento:

- Operação Zargun, no Rio de Janeiro, para desarticular braço político e financeiro de organização criminosa. São alvos um delegado da PF, policiais militares, ex-secretários de estado e um deputado estadual. Há 18 mandados de prisão, 22 de busca e apreensão e sequestro de R$ 40 milhões em bens, além de afastamento de agentes públicos de seus cargos;

- Operação Cassandra, em Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso, atua contra o tráfico internacional de pessoas em parceria com a Europol e a polícia da Irlanda;

- Operação Paroxismo, no Amapá, para combater fraude em licitação pública para obras no Hospital Geral Municipal de Macapá. O esquema envolve um contrato de R$ 69,3 milhões;

- Operação Sintonia Fina, em Pernambuco, contra um grupo envolvido no tráfico de drogas, de armas, homicídios e lavagem de dinheiro. São 21 prisões preventivas e 31 mandados de busca e apreensão, além de bloqueio de valores e sequestro de bens.