‘O Brasil precisa tratar melhor seus ex-presidentes’, diz Arthur Lira

Por Veja 06/08/2025 14h02
Por Veja 06/08/2025 14h02
‘O Brasil precisa tratar melhor seus ex-presidentes’, diz Arthur Lira
Lira e Bolsonaro durante campanha eleitoral - Foto:  (Mauro Pimentel/AFP)

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) afirmou nesta terça-feira, 5, que o “Brasil precisa tratar melhor seus ex-presidentes”. “Tenho dito e defendido isso há muito tempo”, afirmou. Desde a redemocratização, o país já teve quatro ex-presidentes presos: Luiz Inácio Lula da Silva, Michel Temer, Fernando Collor e, agora, Jair Bolsonaro.

A declaração ocorre diante da decretação de prisão domiciliar de Bolsonaro determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “As medidas aplicadas a Jair Bolsonaro são exageradas e acirram os ânimos em um país já polarizado que, na verdade, precisa de paz e estabilidade para progredir”, continuou o parlamentar.

Nesta terça, deputados e senadores de oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva obstruíram os trabalhos no Congresso Nacional para pressionar o Parlamento a votar, por exemplo, projeto de anistia aos condenados e presos pelo 8 de Janeiro. Em forma de protesto, parlamentares apoiadores de Bolsonaro colocaram fita adesiva nas bocas, ouvidos e até nos olhos para criticar a decisão do ministro do Supremo. “Quando o ambiente é de insegurança jurídica e instabilidade política, a economia sofre. Quem paga essa conta é o povo. Quem perde é o Brasil”, concluiu Lira.

Apresentado em 2022 pelo deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), o projeto 2.858/2022 tinha como objetivo conceder anistia a partir de 30 de outubro daquele ano aos que participaram de bloqueios em rodovias e demais atos contrários ao resultado das eleições, incluindo publicações em redes sociais. A pressão em torno da proposta aumentou diante dos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023.

De acordo com dados da Câmara dos Deputados, outros sete propostas de lei do tipo foram apensados ao projeto de Vitor Hugo. Na última semana, a deputada Caroline de Toni (PL-SC) apresentou requerimento de urgência para o texto ser analisado no plenário da Casa. A mesma solicitação foi feita em abril por Sóstenes, o que não ocorreu. Em uma enquete liberada pela Casa para votação popular, mais de 90% são contrários ao projeto de lei e criticam a tramitação no Legislativo.