Procon Alagoas intensifica fiscalização em postos que não repassam redução de preço da gasolina

Dois meses após a Petrobras anunciar uma redução de 5,6% no preço da gasolina para as distribuidoras – cerca de R$ 0,20 por litro –, os consumidores alagoanos ainda não viram esse alívio refletido no bolso. A média do preço no estado caiu apenas R$ 0,01, de R$ 6,24 para R$ 6,23, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em vez de repassar o desconto, os postos aumentaram sua margem de lucro, segundo análises da composição do preço.
Diante da situação, o Procon Alagoas iniciou uma força-tarefa de fiscalização nos postos de combustíveis de todo o estado. A ação visa notificar os estabelecimentos que não justificarem a disparidade nos preços ou o não repasse da redução anunciada pela estatal.
A equipe de fiscalização está percorrendo municípios do interior e a capital, verificando notas fiscais de compra, margens de lucro e repasses das distribuidoras.
“É inadmissível que, mesmo com a redução do preço nas refinarias, o consumidor continue arcando com valores acima da média nacional. Nossa equipe está atenta e já está notificando os postos para que apresentem explicações documentadas. Caso sejam identificadas práticas abusivas, medidas serão tomadas com base no Código de Defesa do Consumidor”, afirma Daniel Sampaio, diretor-presidente do Procon-AL.
Por que o preço não caiu para o consumidor?
Apesar da queda no valor repassado pela Petrobras às distribuidoras, que passou a representar 31,7% do preço final (R$ 2,01 por litro), os revendedores aumentaram sua margem de lucro para R$ 1,39, representando mais de 21% do valor final. Na prática, os postos absorveram a redução e mantiveram os preços elevados.
O resultado é que o litro da gasolina em Alagoas continua entre os mais caros do país. Enquanto estados vizinhos como Pernambuco e Paraíba têm preços abaixo de R$ 6,00, em Alagoas a média permanece em R$ 6,23. Em Maceió, o litro chega a R$ 6,34. Já em São Miguel dos Campos, está em R$ 5,79, uma diferença de R$ 0,56 que não se justifica, especialmente quando a capital é portuária.
Direitos do consumidor: o que diz o CDC?
De acordo com o Artigo 39, inciso X do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), é prática abusiva elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. O mesmo artigo proíbe que fornecedores se aproveitem da vulnerabilidade do consumidor para obter vantagens desleais.
Além disso, o Artigo 6º garante ao consumidor o direito à informação clara e adequada sobre os produtos e serviços. Neste contexto, os postos devem apresentar notas fiscais, justificar variações de preços e garantir transparência na composição do valor final do combustível.
“A atuação do Procon Alagoas é fundamental para equilibrar essa relação de consumo, evitar abusos e proteger os direitos da população. O consumidor precisa saber que não está à mercê do mercado, e que existem órgãos atuando para garantir justiça e equilíbrio”, reforça Daniel Sampaio.
O que está sendo feito
Durante a força-tarefa, a equipe de fiscalização do Procon Alagoas está solicitando aos postos as notas fiscais de aquisição de combustíveis diretamente das distribuidoras. O objetivo é realizar uma análise detalhada com base nos direitos previstos no Código de Defesa do Consumidor.
Com essas informações em mãos, o órgão poderá verificar se está ocorrendo:
- Lucro excessivo por parte dos postos, ao não repassar a redução da Petrobras;
- Falta de justificativa para a manutenção ou aumento do preço nas bombas;
- Desrespeito ao princípio da transparência, garantido por lei.
Somente após essa análise técnica das notas fiscais, o Procon-AL poderá notificar formalmente os estabelecimentos que estejam ferindo os direitos dos consumidores. Em caso de confirmação de irregularidades, os postos estarão sujeitos a sanções como advertência, multa e até interdição.
Vale lembrar que o Procon-AL dispõe de canais para atender a população alagoana, receber reclamações e realizar denúncias. Caso haja alguma ocorrência, o consumidor pode entrar em contato através do 151, mensagens pelo WhatsApp (82) 98883-7586 e de forma presencial, mediante agendamento, através do site agendamento.seplag.al.gov.br.
Últimas Notícias

SUS terá vacina contra vírus que causa bronquiolite

Festival de Cinema de Arapiraca abre inscrições para curtas-metragens

O Agente Secreto representará o Brasil na corrida pelo Oscar 2026

Avião que caiu em Coruripe com R$ 9 milhões em cocaína terá destroços levados para Arapiraca

Colisão de carro com poste interdita trecho da Avenida Menino Marcelo em Maceió
Vídeos mais vistos

Festa termina com jovem morta e dois feridos no Agreste alagoano

Morte em churrascaria de Arapiraca

Homem que conduzia motocicleta pela contramão morre ao ter veículo atingido por carro, em Arapiraca

Arapiraca tem uma rua chamada 'Super Nintendo'?
