Haras alagoano registra morte de 69 cavalos por consumo de ração contaminada; entre eles, um avaliado em R$ 12 milhões
O setor de equinocultura em Alagoas foi atingido por uma tragédia nos últimos dias. Até o dia 7 de julho, o Haras Nova Alcateia, localizado em Atalaia, confirmou a morte de 69 cavalos após apresentarem sintomas graves de intoxicação alimentar. Entre os animais está Quantum de Alcatéia, um dos garanhões mais premiados e valiosos do país, avaliado em R$ 12 milhões.
O surto começou após a substituição da ração oferecida aos animais. Segundo o haras, os sintomas surgiram de forma rápida e devastadora. Os animais não resistiram, mesmo com a suspensão imediata do uso do produto e tentativas intensivas de tratamento veterinário.
Laudos preliminares emitidos por laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) identificaram nas amostras da ração a presença de alcaloides pirrolizidínicos, como a monocrotalina, substância altamente tóxica para equinos e outras espécies. Os exames apontam que todos os cavalos mortos apresentaram quadros clínicos semelhantes, compatíveis com a intoxicação pela substância.
Entre os animais mortos está Quantum de Alcatéia, considerado uma das maiores promessas da raça Mangalarga Marchador. Com pelagem alazã e linhagem campeã, Quantum havia conquistado títulos nacionais e era símbolo de investimento de alto nível no mercado de cavalos de elite, no modelo de consórcio por cotas.
“Tudo girava em torno do Quantum. Ele nos projetou, nos transformou. Perdê-lo assim é devastador”, declarou Luciano Conceição, um dos sócios do animal, em postagem emocionada nas redes sociais. Ele contou que o cavalo morreu no dia 25 de junho, a menos de quatro meses de completar sete anos.
O Ministério da Agricultura está conduzindo uma investigação em todo o país. Técnicos do órgão estiveram no Haras Nova Alcateia entre os dias 9 e 12 de junho, onde coletaram amostras da ração suspeita e realizaram necropsias nos animais mortos.
Diante da gravidade da situação, o governo federal determinou o recolhimento de todos os produtos para equídeos fabricados pela empresa investigada a partir de 21 de novembro de 2024, e suspendeu sua comercialização. A medida se estende a todo o território nacional.
Segundo o Mapa, já foram registradas mais de 200 mortes de equinos no Brasil. Os casos ocorreram em Alagoas, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro — todos associados ao consumo de rações da mesma marca. Em contrapartida, cavalos que não ingeriram o produto permaneceram saudáveis, mesmo convivendo no mesmo ambiente dos demais.
Haras exige responsabilização
Em nota oficial, o Haras Nova Alcateia classificou o episódio como a maior tragédia em seus 50 anos de história e afirmou que está tomando todas as medidas legais para que os responsáveis sejam identificados e punidos. "Perdemos não só animais, mas parte da nossa história. Seguiremos lutando para que isso jamais volte a acontecer, em respeito à memória dos nossos cavalos e ao futuro da equinocultura nacional”, disse o haras.Red
Últimas Notícias
Jomart Atacarejo realiza sorteios semanais com vales-compra durante campanha de aniversário
Polícia Civil apreende duas armas na casa de médico morto em Arapiraca
Ronda no Bairro inicia Operação Verão com reforço no policiamento na orla de Maceió
IML de Arapiraca procura familiares de andarilho natural de Fernando de Noronha
Desfile Vestir Agreste retoma com edição afro nesta sexta-feira (21)
Vídeos mais vistos
Morte em churrascaria de Arapiraca
Homem que conduzia motocicleta pela contramão morre ao ter veículo atingido por carro, em Arapiraca
Junqueiro recebe governador para inaugurações
Justiça cumpre reintegração de posse em fazenda ocupada pelo MST na zona rural de Arapiraca

