Pai quebra recepção de hospital após morte de bebê e família denuncia negligência, em PE: 'Mataram minha filha'

Um pai quebrou a recepção de um hospital em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, inconformado com a morte da filha, que nasceu sem vida após a indução do parto. A ação foi filmada e divulgada pelo próprio homem nas redes sociais na quarta-feira (2), segundo ele, como forma de protesto por acreditar se tratar de negligência.
Nas imagens, é possível ver o homem utilizando um capacete em frente ao Hospital Guararapes, onde a bebê morreu, no bairro de Prazeres. Ele entra na unidade de saúde e quebra portas e itens de vidro da recepção.
“No memorial fazendo meu protesto sozinho. Eu queria só uma explicação, só uma. [...] Acabou, não vai ter atendimento para ninguém, mataram minha filha. Mataram minha filha aqui. Não vai ter atendimento hoje para ninguém”, diz o homem durante a ação.
Segundo o Hospital Guararapes, o homem destruiu portas, mesas, computadores, impressoras e outros equipamentos essenciais ao funcionamento da recepção.
Funcionários que estavam no momento sofreram ferimentos pelos estilhaços e foram atendidos pela equipe médica, de acordo com a unidade.
Em entrevista ao g1, a sogra do homem contou que a família acredita tratar-se de um caso de negligência médica. Segundo ela, a filha, Isabelle Raissa Silva, e a neta que ainda iria nascer, Lara, estavam bem antes de dar entrada no hospital.
"Eu acredito que foi negligência médica. Eu não tenho dúvidas. Minha filha estava normal. Antes de se internar, a médica examinou e estava tudo bem. Minha Lara estava mexendo, estava tudo sob controle", disse a mulher.
A Polícia Militar foi acionada pelo plantão administrativo do hospital mas, segundo a corporação, o homem já tinha ido embora quando a equipe chegou ao local.
Procurado pelo g1, o Hospital Guararapes disse através de nota que “se solidariza com a família pela sua perda” e que “não compactua com atos de violência e agressão”. Segundo a instituição, a depredação patrimonial será averiguada pelos órgãos competentes.
Também procurada, a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes disse que está “à disposição da família para prestar todo o apoio necessário, conforme os protocolos vigentes e com base na escuta qualificada e humanizada”.
O parto
A morte da criança aconteceu no último domingo (29). Segundo a sogra, a grávida deu entrada na unidade de saúde por volta das 18h, para uma avaliação de seu quadro de saúde. Pelo estágio avançado da gestação, a família já acreditava que ela pudesse passar pelo procedimento de indução do parto.
"Ela completaria 9 meses e 3 semanas na segunda. No domingo, ela conversou com a enfermeira do postinho, que acompanhou todo o pré-natal. A enfermeira recomendou o plantão a alertou para ela procurar o Hospital Guararapes. Mesmo com medo, ela foi", comentou.
A avó da bebê acompanhou os primeiros momentos da indução do parto por videochamada. Segundo ela, foram administrados dois comprimidos de misoprostol para induzir o parto da criança.
"Ela deu entrada às 18h30 e, às 18h39, ela subiu para ser internada. Tirou foto com a bata. Quando ela se internou, a médica era boa, atenciosa, mas o plantão dela já tinha acabado. A enfermeira que assumiu introduziu dois comprimidos na vagina dela de uma vez só e ela começou a sentir. Eu presenciei quando ela disse que estava insuportável, a enfermeira disse ‘é assim que a gente quer’", relembrou.
Ainda de acordo com ela, a mulher tomou mais um comprimido via oral, que ela acredita se tratar de outra dose de misoprostol. A partir deste momento, o trabalho de parto teria enfrentado complicações e a criança perdeu os batimentos cardíacos.
"A partir do momento que ela tomou, a criança se contorcia na barriga dela. Esvaziou um lado e a criança foi para um lado só. Muito depois, a médica foi examinar ela e viu que o coração do bebê estava muito acelerado. Quando ela estourou a bolsa da minha filha, veio cocô na mão dela e ela não ouviu mais o coraçãozinho batendo", disse.
Após as complicações, a mulher foi transferida para o Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip), no Recife, para passar por uma ultrassonografia. O trabalho de parto foi concluído na unidade de saúde, mas a criança nasceu sem vida.
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