Barulho de fogos afeta populações sensíveis e número de queimaduras preocupa em Alagoas

Com a chegada das tradicionais festas juninas, o uso de fogos de artifício volta a ganhar força em todo o estado de Alagoas. Apesar da alegria que os festejos trazem, os estampidos dos fogos continuam causando transtornos a grupos vulneráveis e provocando acidentes, muitos deles graves. Crianças, pessoas com autismo, idosos, bebês e animais são os mais afetados pelo barulho, enquanto hospitais da rede pública registram aumento no número de casos de queimaduras durante o período.
O barulho gerado pelos fogos pode causar verdadeiro sofrimento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), devido à hipersensibilidade auditiva. Em muitos casos, os ruídos desencadeiam crises, agitação, pânico e desorientação. Idosos também são impactados, principalmente aqueles com doenças neurodegenerativas, que podem ter episódios de confusão e estresse. Já os bebês, com a audição ainda em desenvolvimento, sofrem com o incômodo e interrupções no sono. Animais domésticos, como cães e gatos, costumam apresentar sinais de pavor, podendo fugir de casa ou se ferir ao tentar se esconder.
Além das consequências do barulho, o uso indevido de fogos representa um risco real à integridade física, especialmente entre crianças e adolescentes. Dados do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, mostram que durante os meses de junho e julho há um crescimento expressivo nas internações por queimaduras causadas por fogos de artifício. As ocorrências de queimaduras podem ser leves até casos de amputação de dedos e mãos.
Um levantamento anterior revela que o Nordeste concentrou mais da metade dos óbitos por queimaduras com fogos entre crianças de 1 a 4 anos no Brasil entre 1998 e 2014. A maioria das vítimas era do sexo masculino, o que reforça a necessidade de campanhas de prevenção, especialmente voltadas ao público infantil.
Diante desses riscos, órgãos públicos e instituições de defesa animal e dos direitos da pessoa com deficiência reforçam o apelo para que a população utilize fogos silenciosos, que não produzem estampidos. A supervisão de adultos é essencial sempre que houver crianças por perto, e a aquisição de fogos deve ser feita apenas em locais autorizados, com produtos certificados.
A Polícia Militar reforça que a venda de fogos de artifício para menores de idade é proibida por lei. A fiscalização deve ser intensificada nos comércios populares, especialmente nos municípios do interior, onde a tradição é mais forte. Em caso de flagrante, o responsável pelo comércio pode ser penalizado.
O Corpo de Bombeiros orienta que os pais devem conversar com os filhos sobre os riscos e nunca permitir o manuseio de explosivos, mesmo os considerados “inofensivos”. Outra recomendação é evitar brincadeiras perto de fogueiras e armazenar os fogos longe de fontes de calor.
Celebrar o São João é manter viva uma das festas mais importantes da cultura popular nordestina — mas é preciso garantir que essa celebração ocorra com responsabilidade, segurança e respeito à saúde e ao bem-estar de todos.
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