Exclusiva: família denuncia negligência após morte de bebê na maternidade do Hospital Regional de Arapiraca

Por Redação 16/05/2025 16h04 - Atualizado em 17/05/2025 08h08
Por Redação 16/05/2025 16h04 Atualizado em 17/05/2025 08h08
Exclusiva: família denuncia negligência após morte de bebê na maternidade do Hospital Regional de Arapiraca
Hospital Regional de Arapiraca - Foto: Reprodução

Um caso comovente e grave de possível negligência médica está sendo investigado em Arapiraca, no Agreste de Alagoas. Um bebê recém-nascido morreu após complicações durante o parto ocorrido no último dia 8 de maio, na maternidade do Hospital Regional de Arapiraca. A denúncia foi registrada em boletim de ocorrência pelos pais da criança e encaminhada ao Portal Já é Notícia.

Segundo o relato da mãe à Polícia Civil, ela deu entrada na maternidade por volta das 8h da manhã, acompanhada pelo marido e uma cunhada. Com fortes contrações e 7 centímetros de dilatação, a jovem foi atendida por uma enfermeira que realizava o monitoramento dos batimentos cardíacos do bebê. Cerca de 30 minutos depois, ela foi examinada por outra enfermeira e, após avaliação, foi administrado soro e iniciado o trabalho de parto.

Ainda de acordo com o boletim, o bebê começou a nascer por volta das 11h, sendo retirado pelas enfermeiras. A mãe afirmou que o cordão umbilical estava enrolado no pescoço do bebê, que nasceu com dificuldades para respirar e foi encaminhado diretamente para a UTI Neonatal, onde permaneceu entubado por aproximadamente um dia e meio.

O pai da criança, segundo o documento, alegou que foi impedido de ver o filho e até mesmo de fotografá-lo. O estado de saúde do recém-nascido, de acordo com a família, se agravou rapidamente, culminando em sua morte na UTI.

Na delegacia, os pais também relataram que tentaram obter o prontuário médico da criança no próprio hospital, mas não receberam o documento e nenhum protocolo oficial. A previsão dada pela unidade era de que o prontuário só estaria disponível 20 dias após o óbito.

O caso agora está sob apuração das autoridades policiais. A família pede justiça e responsabilização, afirmando que houve falhas graves no atendimento prestado pela equipe da maternidade.

Procurada pela nossa equipe de reportagem, a unidade hospitalar se manifestou oficialmente sobre o caso. Veja a nota abaixo:

Nota de Esclarecimento

Diante de mais uma denúncia infundada que ganhou repercussão na mídia, o Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, com maternidade tipo III e referência em urgência e emergência obstétrica, esclarece que o caso citado envolve uma complicação obstétrica rara e imprevisível.

A gestante chegou à unidade em fase avançada de trabalho de parto, com dilatação quase completa, o que impossibilitou um acompanhamento prévio. No período expulsivo, foi identificado o cordão umbilical firmemente enrolado no punho esquerdo do bebê, o que comprometeu sua saída. Imediatamente, foram adotadas todas as condutas recomendadas, com a atuação rápida e técnica de uma equipe multiprofissional qualificada. O recém-nascido foi reanimado e encaminhado à UTI Neonatal o qual não resistiu.

Trata-se de uma fatalidade obstétrica que não poderia ser evitada, mesmo com os melhores recursos médicos disponíveis. A conduta da equipe esteve integralmente alinhada aos protocolos e às melhores práticas assistenciais.

O Hospital realiza mais de 3.500 partos por ano, com elevado índice de segurança e resolutividade, sendo referência regional.

Lamentamos profundamente a exposição midiática de um caso clínico sensível sem o devido respaldo técnico, o que contribui para desinformação da população e injustiça com os profissionais de saúde, que atuam incansavelmente na preservação da vida materna e neonatal.

O Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho segue comprometido com a assistência segura, humanizada e dentro dos mais altos padrões da medicina baseada em evidências.

Direção Geral

Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho