'Que seja eleito o papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil', diz cardeal em missa do 1° dia do conclave

Em homilia de missa que antecede as votações do primeiro dia de conclave, o cardeal decano Giovanni Battista Re pediu luz para os cardeais que vão votar para escolher o novo papa. A missa Pro Eligendo Pontifice teve início nesta quarta-feira (7), às 5h no horário de Brasília - 10h, pelo horário local.
"Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar a sua luz e a sua força, a fim de que seja eleito o papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história", disse.
Ainda no texto, o decano elencou a unidade da Igreja Católica como uma das tarefas do novo pontífice. (Confira íntegra abaixo).
"A unidade da Igreja é desejada por Cristo, uma unidade que não significa uniformidade, mas comunhão sólida e profunda na diversidade, desde que se permaneça plenamente fiel ao Evangelho", disse.
"Entre as tarefas de cada Sucessor de Pedro conta-se a de fazer crescer a comunhão: comunhão de todos os cristãos com Cristo, comunhão dos bispos com o papa e comunhão dos ispos entre si. Não uma comunhão autorreferencial, mas totalmente orientada para a comunhão entre as pessoas, os povos e as culturas, tendo sempre em vista que a Igreja seja 'casa e escola de comunhão'", continuou.
'Que seja eleito o papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil', diz cardeal em missa do conclave
Na missa de funeral do papa Francisco, o decano já havia falado sobre a paz no mundo atual. No momento, estavam presentes líderes mundiais.
Leia a íntegra da homilia desta quarta (7):
"Nos Atos dos Apóstolos, lê-se que após a ascensão de Cristo ao céu, e enquanto aguardavam o dia de Pentecostes, todos perseveravam e estavam unidos em oração com Maria, a Mãe de Jesus (cf. Act 1, 14).
É exatamente isso o que nós também estamos a fazer, a poucas horas do início do Conclave, sob o olhar da Virgem Maria colocada ao lado do altar, nesta Basílica que se ergue sobre o túmulo do Apóstolo Pedro.
Sentimos unido a nós todo o povo de Deus, com o seu sentido de fé, de amor ao papa e de espera confiante.
Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar a sua luz e a sua força, a fim de que seja eleito o papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história.
Rezar, invocando o Espírito Santo, é a única atitude justa e necessária, enquanto os Cardeais eleitores se preparam para um ato de máxima responsabilidade humana e eclesial e para uma escolha de excepcional importância; um ato humano pelo qual se deve deixar de lado qualquer consideração pessoal, tendo na mente e no coração apenas o Deus de Jesus Cristo e o bem da Igreja e da humanidade.
No Evangelho que foi proclamado, ressoaram palavras que nos conduzem ao coração da suprema mensagem-testamento de Jesus, confiada aos seus Apóstolos na noite da Última Ceia, no Cenáculo: "É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei" (Jo 15, 12). E quase para precisar este "como Eu vos amei" e indicar até onde deve chegar o nosso amor, Jesus afirma a seguir: "Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos" (Jo 15, 13).
É a mensagem do amor, que Jesus define como "novo" mandamento. Novo porque amplia grandemente, transformando-a em positiva, a advertência do Antigo Testamento, que dizia: "Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti".
O amor que Jesus revela não conhece limites e deve caracterizar os pensamentos e as ações de todos os seus discípulos, que devem sempre demonstrar amor autêntico em seu comportamento e empenhar-se na construção de uma nova civilização, aquela que Paulo VI chamou de "civilização do amor". O amor é a única força capaz de mudar o mundo.
Jesus deu-nos o exemplo desse amor no início da Última Ceia com um gesto surpreendente: abaixou-se para servir os outros, lavando os pés dos Apóstolos, sem discriminação, sem excluir Judas, que o trairia.
Esta mensagem de Jesus está relacionada com o que ouvimos na primeira leitura da Missa, na qual o profeta Isaías nos lembrou que a qualidade fundamental dos Pastores é o amor até à entrega total de si mesmo.
Surge, portanto, dos textos litúrgicos desta celebração eucarística, um convite ao amor fraterno, à ajuda recíproca e ao empenho em favor da comunhão eclesial e da fraternidade humana universal. Entre as tarefas de cada Sucessor de Pedro conta-se a de fazer crescer a comunhão: comunhão de todos os cristãos com Cristo, comunhão dos bispos com o papa e comunhão dos bispos entre si.
Não uma comunhão autorreferencial, mas totalmente orientada para a comunhão entre as pessoas, os povos e as culturas, tendo sempre em vista que a Igreja seja "casa e escola de comunhão".
Além disso, é forte o apelo à manutenção da unidade da Igreja segundo o caminho indicado por Cristo aos Apóstolos. A unidade da Igreja é desejada por Cristo, uma unidade que não significa uniformidade, mas comunhão sólida e profunda na diversidade, desde que se permaneça plenamente fiel ao Evangelho.
Cada papa continua a encarnar Pedro e a sua missão e, assim, representa Cristo na terra; ele é a rocha sobre a qual a Igreja é edificada (cf. Mt 16, 18). A eleição do novo papa não é uma simples sucessão de pessoas, mas é sempre o Apóstolo Pedro que retorna.
Os Cardeais eleitores expressarão o seu voto na Capela Sistina, onde, como diz a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, "tudo concorre para avivar a consciência da presença de Deus, diante do qual deverá cada um apresentar-se um dia para ser julgado".
No Tríptico Romano, o papa João Paulo II desejava que, nas horas da grande decisão através do voto, a imagem imponente de Cristo Juiz, pintada por Michelangelo, lembrasse a cada um a grande responsabilidade de colocar as "chaves supremas" (Dante) nas mãos certas.
Rezemos, portanto, para que o Espírito Santo, que nos últimos cem anos nos deu uma série de pontífices verdadeiramente santos e notáveis, nos conceda um novo papa segundo o coração de Deus, para o bem da Igreja e da humanidade.
Oremos para que Deus conceda à Igreja o papa que melhor saiba despertar as consciências de todos e as energias morais e espirituais na sociedade atual, caracterizada por um grande progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus.
O mundo de hoje espera muito da Igreja para a salvaguarda daqueles valores fundamentais, humanos e espirituais, sem os quais a convivência humana nem será melhor nem beneficiará as gerações futuras.
Que a Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, nos auxilie com a sua materna intercessão, para que o Espírito Santo ilumine as mentes dos Cardeais eleitores e os torne concordes na eleição do papa de que o nosso tempo necessita'".
Veja como funcionará o conclave que elegerá o próximo Papa
Após o rito, já pela tarde, os religiosos seguem em procissão até a Capela Sistina, cantando o hino Veni Creator, para invocar o Espírito Santo. Lá, fazem um juramento de sigilo absoluto sobre todo o processo de votação.
A expectativa é de que a escolha do novo pontífice dure de dois a três dias.
Quando todos estão reunidos na Capela Sistina, o mestre de cerimônias proclama o “Extra omnes”, determinando que todos os que não vão participar da eleição saiam. O local, então, é fechado. A partir daí, os cardeais ficam isolados do mundo exterior.
A palavra conclave vem do latim cum clavis e significa "fechado à chave". Ao todo, 133 cardeais com menos de 80 anos irão eleger o novo pontífice. Sete deles são brasileiros.
O conclave começa com o sorteio de nove cardeais, que assumem três funções:
- Recolher votos de quem está doente (infirmarii)
- Fazer a contagem (escrutinadores)
- E revisar o resultado (revisores)
Cada cardeal preenche uma cédula com o nome do candidato escolhido, dobra o papel e o deposita em uma urna. Ao fim, os votos são lidos em voz alta, registrados, furados e amarrados.
Após a contagem, as cédulas são queimadas.
A fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina indica o resultado ao público. Se a fumaça for branca, um novo papa foi eleito. Se for preta, uma nova votação será feita.
Com 133 cardeais votantes, são necessários 89 votos para eleger o novo pontífice. Até que esse número seja alcançado, o conclave continua.
Horários
Na quarta-feira, apenas uma votação será feita no período da tarde. Caso ninguém seja eleito, até quatro novas rodadas poderão ocorrer na quinta-feira (8), sendo duas pela manhã e duas à tarde.
- Perto de 14h (horário de Brasília) desta quarta (7): primeira e única votação do dia. Primeira fumaça a sair da chaminé da capela Sistina, provavelmente preta, indicando indefinição.
- Perto das 5h30 (horário de Brasília) de quinta (8): primeira votação do segundo dia. Se o papa for definido, sairá fumaça branca. Se não for definido, nada acontecerá
- Perto de 7h (horário de Brasília) de quinta (8): segunda rodada de votação do dia. Se o papa for definido, sairá fumaça branca da chaminé da capela Sistina. Se não houver definição, sairá fumaça preta
- Perto de 12h30 (horário de Brasília) de quinta (8): terceira rodada de votação do dia. . Se o papa for definido, sairá fumaça branca. Se não for definido, nada acontecerá
- Perto de 14h (horário de Brasília) de quinta (8): quarta rodada de votação do dia. Se o papa for definido, sairá fumaça branca da chaminé da capela Sistina. Se não houver definição, sairá fumaça preta
Caso, após três dias, ainda não haja uma definição, a votação é suspensa por 24 horas para orações. O processo pode ser pausado novamente se outras sete rodadas forem inconclusivas.
Se nenhuma decisão for tomada após 34 votações, os dois nomes mais votados passam a disputar a eleição.
Quando um papa é eleito, ele é perguntado se aceita o cargo e qual nome deseja adotar. Depois, se recolhe por alguns minutos na chamada Sala das Lágrimas, onde veste os trajes papais.
Em seguida, é anunciado e faz sua primeira aparição pública na sacada da Basílica de São Pedro.
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