Dia do Corno é comemorado nesta sexta-feira (25)

Por Redação, com Correio Braziliense 25/04/2025 10h10 - Atualizado em 25/04/2025 10h10
Por Redação, com Correio Braziliense 25/04/2025 10h10 Atualizado em 25/04/2025 10h10
Dia do Corno é comemorado nesta sexta-feira (25)
Dia do Corno - Foto: Imagem ilustrativa gerada por IA/Diego Cavalcante

O pavor de muitas pessoas pode ser o desejo de outras. A informação a seguir pode ser surpreendente para algumas pessoas, mas é bastante real para muitos: a traição pode ser algo excitante, e o título de “corno” pode até exibido com orgulho. O famigerado chifre tem até um dia próprio: 25 de abril é celebrado o Dia do Corno.

Quando o assunto é traição, diversas canções retratam a dor da pessoa traída. Alguns ‘chifrudos’ famosos incluem Beyoncé, Shakira e Taylor Swift. No Brasil, as cidades que mais registram casos de infidelidade são São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, segundo pesquisa do aplicativo de relacionamento Gleeden.

Apesar do estigma social que envolve a traição, o fetiche em ser traído existe. O chamado cuckold caracteriza uma pessoa que sente prazer em ver ou imaginar o parceiro se envolvendo sexualmente com outra pessoa – tudo consentindo entre todas as partes.

Foi ao idealizar a parceira tendo relações com outras pessoas e percebendo a vontade de assistir os atos que E. (que prefere não se identificar) entendeu-se como adepto do cuckold. A prática pode envolver dinâmicas de poder entre os participantes. No caso de E., o que o excita mais é a privação sensorial e a humilhação.

As chamadas ‘hotwife’ (esposa atraente, em tradução livre) são as parceiras que recebem a liberdade para trair. Os gêneros também podem se inverter nas dinâmicas, mas o que mais ocorre é um homem sentir prazer com a traição consentida. De acordo com a rede social Sexlog, 60,85% dos interessados no fetiche são homens. 28,14% são casais, 9,46% mulheres e 1,55% outros.

Ao explorar o fetiche, E. destaca que não se sentiu julgado pela parceira em nenhum momento, e o que rege a experiência é o diálogo, a confiança e o respeito. “Me envolver com o cuckolding me fez perceber que não preciso ser o melhor no quesito sexual para fazer minha parceira feliz. Tornou a comparação excitante ao invés de nociva. Ser submisso e me sentir descartável é a parte mais divertida para mim”, explica.

O terceiro na relação — o chamado “comedor de casadas” — precisa entender que está entrando numa intimidade a dois. Gabe Spec, que já participou de dinâmicas assim, explica: “Tem que saber quando chegar, quando sair e respeitar os limites do casal”.

Conforme dados do Sexlog, o Brasil tem, atualmente, 442.990 cuckolds declarados (no cadastro do site, o usuário escolhe os fetiches que o agradam, então, esse número pode ser muito maior, já que muitas pessoas acabam pulando essa etapa). A maior parte dos praticantes são pessoas de 25 a 34 anos, representando 37,66% do total.

Considerando os cuckolds declarados, os estados da região centro-oeste que proporcionalmente têm mais cornos são: Goiás (39,29%), Distrito Federal (38,52%), Mato Grosso do Sul (36,91%), e Mato Grosso (36,55%).

Entre os adeptos do fetiche, 92% sentem tesão ao imaginar a parceira com outro homem, e 78% dizem ter esse desejo desde antes do relacionamento atual. A maior parte, 53%, prefere assistir aos encontros ao vivo. Outros 22% gostam apenas de ouvir os relatos e 14% recebem fotos ou vídeos. Só 11% não curtem acompanhar de nenhuma forma.

O estímulo inicial mais comum vem da pornografia: 57% se excitaram pela primeira vez assistindo vídeos do tema. Outros 23% foram influenciados por experiências de amigos ou parceiros e 15% começaram a explorar o desejo após vivenciar o swing.

Na divisão de papéis, 74% dos homens se identificam como cuckolds, 15% como comedores de casadas e 11% transitam entre os dois.

Além disso, 78% estão em relacionamentos estáveis, e 89% dizem que o fetiche fortaleceu o vínculo com a parceira.

Para Mayumi Sato, CMO do Sexlog, o cuckold mostra o quanto casais estão dispostos a romper com padrões tradicionais. “É um fetiche que envolve confiança, entrega e vulnerabilidade. E isso diz muito sobre as novas formas de viver o prazer.”