Hospital do Coração Alagoano realiza terceiro transplante cardíaco e salva a vida de empresário

O Hospital do Coração Alagoano realizou, com sucesso, o terceiro transplante de coração da unidade. O beneficiado foi Alexandre dos Santos Melo, de 59 anos, empresário de Maceió e pai de três filhos, que sofria de problemas cardíacos desde os 29 anos. Ele se recupera bem e sua família celebra essa nova chance de vida.
A jornada de Alexandre com a doença cardíaca foi longa e desafiadora. Ele foi diagnosticado com insuficiência cardíaca causada pelo inchaço do ventrículo esquerdo, o que o levou a sofrer com arritmias graves. Inicialmente, os médicos tentaram controlar a condição com medicamentos, mas, com o agravamento do quadro, foi necessário implantar um Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI) para tentar estabilizar os batimentos cardíacos. No entanto, com o tempo, nenhuma dessas medidas foi suficiente e ele precisou entrar na fila para o transplante.
Para a surpresa da família, a espera foi curta. “Ele entrou na fila em fevereiro e, menos de dois meses depois, recebemos o chamado. Foi um misto de alívio e emoção, porque víamos o sofrimento diário dele. Meu pai já não conseguia mais trabalhar, já não saía de casa e nós sentíamos a tristeza dele. O transplante foi um verdadeiro milagre, representa uma esperança para toda a família. Somos imensamente gratos à família do doador, porque sabemos que, no meio da dor deles, tiveram um ato de amor que salvou a vida do nosso pai”, falou, emocionada, Alessandra Melo, filha de Alexandre.
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Andressa Mariana, a outra filha dele, relembrou os momentos difíceis que a família vivenciou. “Lembro quando meu pai teve a primeira tempestade elétrica no coração. Foi no casamento da minha irmã. Ele teve mais de 30 choques em uma noite. Foi desesperador. Foram dias muito difíceis. Ele chegou a ficar internado em UTI várias vezes. Desde então, nossas vidas foram marcadas por constantes despedidas, porque não sabíamos quando seria o último momento. Ele sempre foi um homem cheio de alegria e energia, mas a doença tirou tudo isso. Agora, temos um novo capítulo na nossa história e queremos ver a felicidade no semblante dele novamente”, afirmou sorridente.
Complexidade e sucesso
A cirurgia foi comandada pelos cirurgiões cardiovasculares José Wanderley Neto e Diego Andrade, que destacaram a complexidade do procedimento e a importância do ato de doação de órgãos. “O Hospital do Coração realiza um feito histórico. Não completamos nem um ano com o Programa Alagoas Transplanta e já realizamos três transplantes cardíacos, além dos outros”, comemorou.
Segundo Wanderley, a cirurgia foi bem sucedida, durou em torno de quatro horas e a recuperação de Alexandre tem sido muito positiva. “Ele já está caminhando e o coração dele, aferido através do ecocardiograma, mostra que está funcionando perfeitamente. Sem a doação, não tem transplante e, por isso, precisamos manifestar o desejo ainda em vida. Cada transplante representa uma nova chance de vida. No caso desta doação, só aqui no hospital foram feitos, além do transplante cardíaco, os dois renais. E isso nos enche de orgulho, como médico e como cidadão, por ajudar os alagoanos”.
Diego Andrade reforçou o papel crucial das famílias doadoras. “Esse transplante só foi possível graças à generosidade da família do doador, que, em um momento de dor, tomou uma decisão que salvou vidas. O senhor Alexandre é uma dessas vidas transformadas pela doação”, disse o especialista.
Ele relatou, ainda, que a espera por um fígado ou coração é muito angustiante para paciente e familiares e a equipe que o acompanha acaba se envolvendo muito com essa expectativa. “Quando tem uma doação, um ato tão nobre, de generosidade da família doadora, isso emociona todo mundo e traz muito conforto, por, de alguma forma, conseguirmos mudar a vida de uma pessoa que precisa tanto para ter uma vida saudável novamente”, pontuou.
O especialista ressaltou, ainda, sobre a importância dos cuidados após o transplante. “Agora que tem um coração novo batendo no peito, existem muitos cuidados que precisam ser tomados, mas, o principal é tomar as medicações que evitam que o corpo rejeite este órgão novo. Neste momento, a imunidade do paciente fica mais baixa e, por isso, a gente pede que ele não receba muitas visitas e use máscara nos primeiros seis meses, que é o tempo de mais risco de infecções. Com esses cuidados, a expectativa de vida após um transplante é muito grande. Então, agora é vida nova pela frente para o senhor Alexandre”, completou.
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O diretor do hospital, Otoni Veríssimo, destacou o avanço do serviço de transplantes na unidade. “Totalizamos 25 transplantes, sendo 19 renais, três hepáticos e três cardíacos. E isso só é possível graças à união e compromisso com a vida de nossos profissionais e de diversas instituições e profissionais, como a Central de Transplantes, os hospitais regionais, o HGE, Metropolitano, bem como, toda a comunidade de saúde e seus profissionais e equipes transplantadoras”, destacou.
Outros procedimentos
Além do transplante cardíaco, o hospital realizou, no mesmo dia, dois transplantes renais. Josival José de Souza, de 37 anos, de Taquarana, e Carlito Alcântara Silva, 22 anos, de Viçosa, receberam novos rins e também se recuperam bem.
As histórias desses pacientes reforçam a importância da doação de órgãos e do trabalho incansável das equipes médicas que se dedicam a salvar vidas. Para Alexandre e sua família, um novo capítulo se inicia, repleto de esperança, gratidão e a certeza de que, agora, ele poderá voltar a sorrir, abraçar os filhos e viver plenamente.
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