IMA participa da reintrodução de papagaios-chauá em Alagoas após 40 anos

Após 40 anos sem registros significativos do papagaio-chauá, Alagoas recebe essas aves novamente. Na manhã desta quarta-feira (29), 20 papagaios foram reintroduzidas em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) localizada no município de Coruripe. A soltura contou com a presença de representantes do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL), e simbolizou um marco para a conservação ambiental no estado e um passo importante no Plano de Ação Estadual para a Conservação do Chauá, iniciativa do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), que conta com a parceria do órgão ambiental.
As espécies passaram sete meses em um viveiro de aclimatação situado em uma área pertencente à Mata Atlântica. Depois do período de adaptação, o espaço foi aberto para que os papagaios pudessem explorar livremente o ambiente natural, adquirindo hábitos fundamentais para a vida em liberdade. A iniciativa busca, entre outros objetivos, estimular a reprodução desses animais na natureza, além da contribuição ao ecossistema.
Segundo Rafael Cordeiro, médico veterinário do IMA/AL, a soltura das aves também reforça a importância de sensibilizar a população sobre a necessidade de combater o cativeiro ilegal de animais silvestres.
“Hoje é um dia muito gratificante, pois marca um importante avanço do Plano de Ação. Para nós, do Núcleo de Gestão Faunística da Gerência de Fauna e Flora (Gerff), temos a honra participar desse programa, considerando que esses animais estão tendo a oportunidade de retornar à natureza. Isso contribui para o equilíbrio ecossistêmico e para a manutenção dos recursos naturais, o que é fundamental do ponto de vista ecológico”, destacou Cordeiro.
Ao abrir as portas do viveiro, as primeiras aves, de maneira tímida, começaram a explorar as árvores próximas e a arriscar os primeiros voos em liberdade. O comportamento era esperado, conforme explicou Luiz Fábio Silveira, pesquisador do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), que acompanhou o manejo das aves e coordenou a soltura. Segundo ele, essa fase inicial, marcada por voos curtos, é fundamental para a adaptação das aves ao ambiente natural.
“Esses papagaios soltos hoje me deixam muito feliz e, particularmente, emocionado, pois são o resultado da apreensão de filhotes ilegais em 2019. Essas aves estavam condenadas a passar o resto da vida em cativeiro, mantidas ilegalmente, ou mesmo a morrer durante o processo cruel do tráfico de animais silvestres. Felizmente, conseguimos resgatá-las, reabilitá-las e agora devolvê-las à natureza, onde poderão viver em liberdade”, relatou o pesquisador.
Assim, cercados de muita emoção, pesquisadores, representantes de órgãos ambientais e de diversas instituições acompanharam a soltura dos papagaios-chauá, marcando um importante avanço na preservação da espécie.
"A parceria entre o Ministério Público e o Instituto do Meio Ambiente é fundamental para a conservação de espécies ameaçadas de extinção. O IMA, como órgão gestor de fauna em Alagoas, possui as atribuições e o conhecimento necessários para tornar efetivos os planos de ação estaduais de conservação, como este dedicado ao papagaio-chauá", expõe o promotor Alberto Fonseca.
Além do IMA/AL, também integram o Grupo Gestor do Plano de Ação o Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL), o Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL), a Usina Utinga Leão, o Grupo Carlos Lyra, o Grupo Luiz Jatobá, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (ICMBio/CEMAVE), o Projeto Arca, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), a Universidade Federal de Alagoas/Centro de Ciências Agrárias (UFAL/CECA), o Instituto Federal de Alagoas/Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais (IFAL/PPGTEC), a Usina Coruripe e a Usina Sumaúma.
Ocorrência dos papagaios-chauá
Essa espécie é endêmica do Brasil e ocorre nos estados de Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Possui uma excelente capacidade de voo e se alimenta principalmente de frutos maduros, brotos, flores e sementes. Além disso, os papagaios-chauá vivem em bandos que podem chegar a cem indivíduos.
Em Alagoas, o papagaio-chauá era uma presença comum, mas o tráfico ilegal de animais silvestres e o desmatamento levaram a espécie a um estado de funcional extinção no estado.
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