Morre Jean-Marie Le Pen, líder histórico da extrema direita na França

Jean-Marie Le Pen, um líder histórico da extrema direita na França, morreu aos 96 anos nesta terça-feira (7), afirmou a família à agência de notícias France Presse (AFP). Jean-Marie é pai de Marine Le Pen, principal nome da extrema direita na política francesa atualmente.
Ele estava internado em uma casa de repouso há várias semanas devido à sua saúde debilitada e morreu ao meio-dia (8h no horário de Brasília) "cercado por sua família", afirmou a família em nota à AFP.
Polarizador e abertamente racista, Jean-Marie Le Pen era uma figura controversa na política francesa. Ele também era tinha ideais extremistas em outros temas, como gênero e imigração. Le Pen fundou em 1972 a Frente Nacional, atual Reunião Nacional (RN), um partido que inicialmente reunia neofascistas e depois foi se moderando. O RN, no entanto, permanece sendo o principal da extrema direita na França e ainda carrega alguns de seus ideais, como o caráter anti-imigração.
Após mais de 40 anos no comando do partido, ele foi expulso do Reunião Nacional em 2015 após declarações sobre o Holocausto. Jean-Marie era negacionista da tragédia humanitária ocorrida na 2ª Guerra Mundial, o que o levou a condenações e tensionou suas alianças políticas.
Sua expulsão do RN em 2015 causou um racha na família. Jean-Marie acusou Marine de traição e disse ter vergonha que a presidente do partido levasse seu nome.
Jean-Marie acumulou condenações na Justiça em casos de antissemitismo e era constantemente acusado de xenofobia e racismo. Em um dos casos, em 1996, ele foi julgado, condenado e multado por contestar os crimes de guerra após dizer que as câmaras de gás nazistas eram "apenas um detalhe" da história da Segunda Guerra Mundial. O comentário provocou indignação na França, e em 2015 ele disse "mantenho essa posição porque acredito que é a verdade".
Sua morte ocorreu enquanto Marine Le Pen está em viagem ao território francês de Mayotte, que ainda sofre as consequências do ciclone Chido, que matou 39 pessoas e deixou um rastro de destruição.
O atual presidente do Reunião Nacional, Jordan Bardella, lamentou a morte de Jean-Marie e o chamou de "tribuno do povo".
"Engajado sob o uniforme do exército francês na Indochina e na Argélia, tribuno do povo na Assembleia Nacional e no Parlamento Europeu, ele sempre serviu à França, defendeu sua identidade e sua soberania", escreveu Bardella em publicação no X.
Quem foi Jean-Marie Le Pen
Nascido em 20 de junho de 1928 em La Trinité-sur-Mer, oeste da França, e formado em direito, Jean-Marie, lutou em guerras e deixou um legado na política francesa.
serviu como legionário nas guerras da Indochina (1953) e Argélia (1957).
Figura constante por décadas na política francesa, Jean-Marie Le Pen era um astuto estrategista político e orador talentoso, que usava seu carisma para cativar as multidões com sua mensagem anti-imigração.
O robusto e grisalho filho de um pescador bretão se via como um homem com uma missão: manter a França francesa sob a bandeira do Reunião Nacional. Escolhendo Joana d'Arc como santa padroeira do partido, Le Pen fez do Islã e dos imigrantes muçulmanos seu principal alvo, culpando-os pelos problemas econômicos e sociais da França.
Ex-soldado paraquedista e legionário estrangeiro que lutou na Indochina e na Argélia, ele liderou simpatizantes em batalhas políticas e ideológicas com um estilo que se tornou uma marca registrada de sua carreira.
"Se eu avançar, me sigam; se eu morrer, vinguem-me; se eu me esquivar, me matem", disse Le Pen em um congresso do partido em 1990, refletindo o estilo teatral que, por décadas, alimentou o fervor de seus seguidores.
O político foi candidato à Presidência da França cinco vezes. Em 2002, chegou ao segundo turno, sendo derrotado por esmagadora maioria por Jacques Chirac.
Eleição após eleição, ele se mostrou o "estraga-festas", forçando os rivais a se apressarem para combatê-lo, e, às vezes, se rebaixarem para colher votos da extrema direita.
Ele foi eleito em 1956 à Assembleia Nacional, foi derrotado nas legislativas de 1962. Em 1984, ele foi eleito eurodeputado, e nas legislativas de 1986, foi novamente eleito à Assembleia Nacional francesa.
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