Navios reduzem capacidade para não encalhar em portos com infraestrutura defasada

Por Folhapress 14/04/2024 08h08
Por Folhapress 14/04/2024 08h08
Navios reduzem capacidade para não encalhar em portos com infraestrutura defasada
Porto - Foto: Reprodução

A infraestrutura de portos brasileiros está defasada e não comporta navios produzidos nos últimos anos, que são maiores e demandam mais profundidade no acesso aos terminais para atracarem. É o que apontam representantes e entidades do setor.


Neste mês, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que representa companhias como BRF, Cargill e Seara, afirma ter ido ao Ministério de Portos e Aeroportos pedir obras de ampliação dos calados (profundidade para atracação) nos portos do país.

Ricardo Santin, presidente da entidade, afirma que grandes navios que passam pelo Brasil hoje operam com, somente, 70% de sua capacidade, o que prejudica as exportações. Se transportassem mais contêineres, o peso do navio inviabilizaria sua saída, já que a profundidade é limitada, explica. “Pelo tamanho dos navios que andam operando no Brasil, que são de 13 mil TEUs [medida que equivale a um contêiner de 20 pés], tem que reduzir de 20% a 30% sua capacidade de uso, senão ele encalha", diz Santin.

De acordo com um estudo do Centronave (Centro Nacional de Navegação Transatlântica), o país deixa de movimentar cerca de um milhão de toneladas por ano devido à limitação nos calados. A entidade afirma que, em continentes como Europa e Ásia, os portos já têm capacidade para operar embarcações de até 24 mil TEUs.

Para o terminal de Santos (SP), por exemplo, o Centronave afirma ser necessário aprofundar o calado operacional em pelo menos 1,5 metro para que o porto dê conta de receber navios mais novos.