Após polêmica, Michelle Bolsonaro recebe homenagem no Theatro Municipal

Por redação com UOL 25/03/2024 21h09
Por redação com UOL 25/03/2024 21h09
Após polêmica, Michelle Bolsonaro recebe homenagem no Theatro Municipal
Michele Bolsonaro - Foto: Reprodução

A ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, recebeu o título de cidadã paulistana na noite desta segunda-feira (25) no Theatro Municipal, no centro da cidade de São Paulo.

O que aconteceu

Evento ocorreu mesmo após polêmicas e decisão da Justiça de São Paulo para proibir a entrega do título no local. O vereador Rinaldi Digilio (União-SP), autor do projeto que concedeu o título, disse que pediu um empréstimo bancário de R$ 100 mil para custear o aluguel do Theatro Municipal da cidade para não cancelar a cerimônia. No evento, ele reforçou que não houve descumprimento no uso do espaço, já que agora estaria pagando.

Cerimônia começou por volta das 19h41 (horário de Brasília). O evento foi programado para começar às 18h e uma grande fila foi formada na porta do Theatro, com convidados. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a esposa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Cristiane, ficaram no palco ao lado de Michelle. Bolsonaro chegou a ser ovacionado com os gritos de "Mito" ao entrar no palco. A Banda Sinfônica da Polícia Militar de São Paulo foi responsável por tocar o Hino Nacional.

Nascida em Ceilândia, no Distrito Federal, Michelle disse que receber honraria em SP aumenta sua responsabilidade "diante do povo". Citando seu passado, a presidente do PL Mulher destacou, em discurso, sua "vocação" no voluntariado para ajudar as pessoas e os trabalhos realizados por ela durante a gestão do marido à frente do Palácio do Planalto.

"Para você ver como nós sofremos perseguições, como eles [esquerda] distorciam as nossas falas e como sempre tentaram assassinar a nossa reputação", disse. Ela acrescentou que não esperava que o marido ganhasse às eleições e relembrou que Bolsonaro foi atacado durante o período eleitoral, afirmando que orou para conseguir ajudar às pessoas, caso ele fosse eleito.

"Brasil voltará a ser governado por pessoas de bem", acrescentou, após acusar o governo Lula (PT) de descontinuar as ações de voluntariado feitos por ela durante a gestão Bolsonaro. Michelle chegou a secar as lágrimas com um lenço por várias vezes durante o discurso de alguns presentes no evento. "Eu seguirei trabalhando e cumprindo o meu propósito", declarou.

Em discurso, ela também lembrou de fala feita mais cedo, em evento do PL, que contou com presença do governador. "Vem você para o PL também", declarou.

"Melhor primeira-dama do Brasil, melhor e mais bonita", diz Bolsonaro. Em discurso antes da esposa, o ex-mandatário disse que "passamos por momentos difíceis, e não foram poucos, e continuamos passando", mas acrescentou que a "família é a base da sociedade". A fala ocorre no mesmo dia em que imagens do político em embaixada da Hungria serem publicadas pelo jornal "The New York Times".

Após discurso, Michelle pediu oração de Digilio, que também é pastor. "Já que você alugou, o espaço é de direito seu", disse a ex-primeira-dama.

Autor de projeto falou em perseguição por decisão judicial

Rinaldi chegou a falar em "perseguição" por decisão judicial. O político reforçou o empréstimo que fez e alegou que conversou com a esposa, que estava no evento, para realizar o financiamento, e citou que colocou seus bens pessoais como garantia para o banco.

Autor do projeto também criticou o PSOL, responsável pelas ações na Justiça de São Paulo contra o evento. O pastor argumentou que fez o empréstimo porque não poderia deixar a cidade de São Paulo passar a "vergonha" em não realizar o evento. A cerimônia foi transmitida pelo canal do YouTube da Câmara Municipal de São Paulo.

Concessão do título

O projeto para concessão do título à Michelle foi proposto em 2020, ainda durante a gestão Bolsonaro. O texto foi aprovado em novembro de 2023 por 37 votos a favor e 18 contra a homenagem.

Na época, a ex-primeira-dama comemorou a decisão da Câmara Municipal. "Os representantes da extrema-esquerda na Casa tinham a meta de impedir esse título, mas os nossos vereadores se guiam pela verdade e pela justiça e, assim, dobraram a meta e venceram com mais do dobro dos votos!", escreveu.