Transplante renal inédito de porco para um paciente vivo é realizado nos EUA

Por Extra On-line 21/03/2024 16h04
Por Extra On-line 21/03/2024 16h04
Transplante renal inédito de porco para um paciente vivo é realizado nos EUA
Transplante de rim - Foto: Divulgação/Massachusetts General Hospital

Cirurgiões do Hospital Geral do Massachussetts (MGH), nos Estados Unidos, realizaram o primeiro transplante bem-sucedido do mundo de rim de um porco para um humano vivo. O paciente que recebeu o órgão geneticamente modificado é Richard ‘Rick’ Slayman, de 62 anos, que vivia com doença renal crônica terminal.

De acordo com um comunicado publicado pelo hospital, o paciente se recupera bem e deve receber alta em breve. A cirurgia pioneira foi liderada por um brasileiro, o médico Leonardo V. Riella, diretor médico de Transplante Renal do MGH, que é ligado à Universidade Harvard.

Esse não foi o primeiro xenotransplante, nome dado ao transplante de órgãos ou tecidos de uma espécie para outra, do rim de um suíno para um humano. No entanto, as cirurgias anteriores foram feitas em pacientes com morte cerebral.

O sucesso desse procedimento é um marco histórico na busca por novas fontes de doação de órgãos, em especial de rins, que tem uma demanda crescente. O rim é o órgão mais comum necessário para transplante, e estima-se que as taxas de doença renal em estágio terminal aumentem nos próximos anos. Atualmente no Brasil, 42.430 pessoas aguardam por um transplante. Destas, 39.161 aguardam por um rim.

O rim do porco doador foi fornecido pela eGenesis de Cambridge, Massachusetts. O animal passou por 69 edições genômicas usando a tecnologia CRISPR-Cas9 para remover genes suínos prejudiciais e adicionar certos genes humanos para melhorar sua compatibilidade com humanos. Além disso, os cientistas inativaram retrovírus endógenos suínos no doador de porcos para eliminar qualquer risco de infecção em humanos.

O procedimento foi realizado sob um único Protocolo de Acesso Expandido (EAP) da FDA – conhecido como uso compassivo – concedido a um único paciente ou grupo de pacientes com doenças ou condições graves e potencialmente fatais para obter acesso a tratamentos experimentais ou ensaios quando não houver tratamento existente.