Mascote do Inter é indiciado por importunação sexual

Por redação com Terra 14/03/2024 19h07
Por redação com Terra 14/03/2024 19h07
Mascote do Inter é indiciado por importunação sexual
Câmera de videomonitoramento captura momento de importunação sexual do Saci contra jornalista - Foto: Divulgação/Polícia Civil do Rio Grande do Sul

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou por importunação sexual o homem que interpretava o Saci, mascote do Internacional, em jogos do time colorado no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. A informação foi divulgada nesta quinta-feira, dia 14. O suspeito, que tem 30 anos e não teve o nome divulgado, foi acusado de cometer o crime contra duas mulheres durante o clássico com o Grêmio, no dia 25 de fevereiro.

O inquérito foi realizado pela 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Porto Alegre. Imagens das câmeras de monitoramento foram analisadas, e foi colhido o depoimento de vítimas, testemunhas e, por fim, do próprio investigado, que não possui antecedentes criminais. Durante as investigações, a Justiça deferiu medida protetiva de urgência a favor de uma das vítimas. O Estadão buscou contato com a defesa, mas não obteve retorno. Em caso de manifestação, a matéria será atualizada.

“Com base nos elementos informativos colhidos durante o trâmite do procedimento, constatou-se que o suspeito cometeu o crime de importunação sexual contra as duas vítimas no dia em que ocorreu a partida de futebol já citada, crimes pelos quais foi indiciado”, diz a nota da Polícia Civil. Agora, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se vai denunciar o homem à Justiça. De acordo com o Código Penal, a pena para o crime de importunação sexual varia de um a cinco anos de prisão.

O caso veio à tona após a jornalista Gisele Kümpel, que atua no Canal Monumental, dedicado à cobertura do noticiário gremista, denunciar o assédio e registrar boletim de ocorrência. o mascote colorado a abraçou e tentou beijá-la, logo depois do terceiro gol do Inter, marcado no fim do segundo tempo. A repórter contou que o mascote levantou levemente a máscara e se aproximou do seu rosto. Ela detalhou que teve a cabeça empurrada, ouviu o estalo do beijo e sentiu o suor de quem estava na fantasia do mascote.

Após a partida, Gisele deixou de cobrir a coletiva do técnico Renato Gaúcho e foi para o posto da Polícia Civil no estádio, onde registrou o B.O. Ela relatou que o mascote ficou próximo dela durante todo o segundo tempo, atrás de um dos gols, além de tentar ler o que estava no seu celular. A jornalista relatou a história em sua conta no X (antigo Twitter) e recebeu apoio de seguidores e colegas de profissão.

Em nota, o Internacional informou que o funcionário foi afastado. No jogo seguinte, contra o São Luiz, pelas quartas de final do Campeonato Gaúcho, uma mulher foi a responsável por interpretar o Saci.