Foto mostra buraco na parede da cela de presídio federal onde dois presos fugiram

Por redação com Terra 16/02/2024 19h07
Por redação com Terra 16/02/2024 19h07
Foto mostra buraco na parede da cela de presídio federal onde dois presos fugiram
Foto mostra buraco na parede da cela de presídio federal onde dois presos fugiram em Mossoró - Foto: Reprodução/GloboNews

Uma foto obtida pela GloboNews nesta sexta-feira, 16, mostra um buraco na parede da cela de um dos dois detentos que fugiram do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na madrugada da quarta-feira, 14. Uma força-tarefa trabalha para localizar os fugitivos.

Antes da fuga, os dois presos, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, estavam isolados em celas individuais. Essas celas, no entanto, eram vizinhas uma da outra e separadas por uma parede. A suspeita é que eles tenham planejado a ação.

O buraco que aparece na imagem foi feito na região da luminária da cela, que fica na parte superior de uma das paredes, segundo informações do Ministério da Justiça à emissora.

Ambos os fugitivos possuem vínculos com o Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Brasil, cujo líder, Fernandinho Beira-Mar, também está encarcerado na mesma unidade federal em Mossoró.

As equipes que realizam buscas pelos dois detentos encontraram uma camiseta do uniforme da unidade prisional. Segundo informações da TV Globo, a peça é utilizada pelos presidiários, e estava na zona rural da cidade.

Além da camiseta, a força-tarefa encontrou pegadas e outras peças de roupas, uma toalha e um lençol no meio da vegetação. Esses itens, de acordo com os investigadores, foram retirados de uma residência situada a 7 km da penitenciária federal, que foi furtada na noite de quarta-feira, 14, o mesmo dia da fuga.

Um morador afirmou aos investigadores que, entre os objetos recuperados, estava um item que havia sido furtado da residência.

A equipe encarregada das buscas acredita que os dois fugitivos ainda estejam na região. A hipótese já havia sido informada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Um raio de 15 km ao redor da penitenciária está sendo minuciosamente vasculhado. As operações de busca agora estão concentradas na área onde as pegadas e peças de roupa foram encontradas.

O caso marca a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que inclui cinco presídios de segurança máxima, e chamou a atenção do governo para as ações de segurança dentro das unidades. Nesta quinta-feira, 15, Lewandowski anunciou uma série de medidas, como:

Ampliação de sistema de alarmes;
Construção de muralhas;
Reforço de agentes de segurança;
Aperfeiçoamento do sistema de entradas nos presídios, com implantação de reconhecimento facial.

Quem são os fugitivos

Os fugitivos são Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho". Ambos são naturais do Acre e estavam sob custódia na Penitenciária Federal de Mossoró desde 27 de setembro de 2023, conforme divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública na época.

No ano passado, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Acre informou que Rogério e Deibson estavam entre os detentos envolvidos na rebelião ocorrida em julho de 2023 no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves. Na ocasião, cinco prisioneiros foram assassinados.

Deibson foi detido em agosto de 2015 e também cumpriu pena no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Ele possui condenações e é acusado de envolvimento em assaltos, furtos, roubos, homicídios e latrocínio

Já Rogério estava cumprindo pena no Acre quando foi transferido para o Rio Grande do Norte. Ambos são membros de uma organização criminosa e deveriam cumprir uma sentença de dois anos, até 25 de setembro de 2025.

O presídio federal de Mossoró foi inaugurado em 2009 e é o único localizado no Nordeste. Com uma área de 13 mil metros quadrados, abriga mais de 200 detentos e nunca havia registrado uma fuga.

Além de Mossoró, o Sistema Penitenciário Federal conta com presídios em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF), que abrigam detentos de alta periculosidade.