Policial civil preso por esquema de desvio em delegacias é solto

A Justiça revogou a prisão temporária do agente da Polícia Civil de Alagoas (PC-AL), que foi detido na última quarta-feira (24), suspeito de participação em um suposto esquema de desvios de materiais de delegacias.
O policial, segundo relatório do Ministério Público de Alagoas (MP-AL), recebia mesada por intermediar a venda de drogas entre um traficante e um escrivão da PC-AL que participava do esquema.
O agente de polícia chegou a tentar um habeas corpus em segunda instância para garantir a soltura. No pedido, a defesa alegava constrangimento ilegal por ele não ter passado por audiência de custódia no prazo de 24 horas, mas foi justamente numa audiência de custódia que ele teve a prisão revogada.
Na última sexta-feira (26), foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) uma portaria dispensando o agente de polícia da função de chefe de unidade na delegacia em que ele trabalha.
A reportagem questionou o judiciário sobre o motivo da revogação da prisão do agente de polícia e sobre a audiência de custódia do escrivão que também havia sido preso, mas foi informada que o caso está sob sigilo.
Entenda:
Um relatório do Ministério Público de Alagoas, obtido pela reportagem, revela como funcionava um suposto esquema de desvio de apreensões em uma delegacia no interior de Alagoas.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Alagoas, um agente de polícia, um escrivão e um possível guarda municipal cedido à Polícia Civil eram responsáveis por desviar e vender para criminosos o material apreendido pela polícia.
O relatório mostra que se observou a presença de uma organização criminosa atuante na cidade de São Sebastião, no Agreste de Alagoas, composta por diversos indivíduos que são envolvidos com o tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico e peculato.
De acordo com as informações colhidas na investigação, após a realização de prisões em flagrante, o escrivão de polícia ficava com parte dos materiais apreendidos. Segundo o relatório, ele deixava de registrar tais materiais e não os apresentava à justiça, para submetê-los ao comércio ilegal.
Após a atuação do escrivão, entrava em cena o agente de polícia, que, segundo o Gaeco apurou, intermediava a comercialização dos materiais com um traficante da região de Arapiraca.
Um possível guarda municipal, que estaria cedido à Polícia Civil, atuaria em conjunto com os demais investigados na comercialização de materiais apreendidos.
“Ou seja, caso tenham sido apresentados, por exemplo, 4kg de maconha, ele [escrivão] registrava que tinham sido 2kg e apropriava-se dos outros 2kg, para que o grupo criminoso pudesse revender e se beneficiarem financeiramente desta empreitada ilegal”, diz trecho do relatório.
O relatório cita que o agente de polícia teria sido o responsável por apresentar o escrivão ao traficante de Arapiraca, que, conforme destaca o documento, seria um comércio muito forte para a venda das drogas.
A investigação aponta ainda que, como o agente é quem saberia de todo o esquema, ele cobrava mensalmente sua participação e relata que há possibilidade até que ele faça a mesma coisa em outra delegacia onde estava atuando.
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