Funcionária de hospital é suspeita de negociar adoção ilegal de bebê

Por redação com Gazetaweb 13/01/2024 08h08
Por redação com Gazetaweb 13/01/2024 08h08
Funcionária de hospital é suspeita de negociar adoção ilegal de bebê
Menina nasceu em Maceió e foi encontrada com seis dias de vida na cidade de Olho d'Água das Flores, no Sertão - Foto: Reprodução

Uma funcionária do Hospital da Mulher, localizada no bairro do Poço, é suspeita de negociar uma adoção ilegal de uma recém-nascida dentro da unidade hospitalar. A denúncia é do Conselho Tutelar da 2ª Região da capital e a mulher foi afastada do cargo pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesau).

A bebê, que nasceu em Maceió, foi tirada do hospital e encontrada nesta sexta-feira (12), seis dias depois do nascimento, em Olho d'Água das Flores, no Sertão de Alagoas.

De acordo com a conselheira Maria Eunice Cerqueira, a mãe da menina foi parar no hospital em trabalho de parto sem saber que estava grávida. Após gerar a bebê, a mulher expôs que queria fazer adoção voluntária, o que é permitido, desde que cumpra todos os requisitos previstos pela legislação.

Na ocasião, segundo o Conselho Tutelar, o hospital conversou com a mãe para convencê-la a permanecer com a criança. "No entanto, dentro dessas conversas, houve uma participação de uma funcionária do hospital, que com ela [mãe], intermediou, e ela [a genitora] autorizou a entrega dessa criança para terceiros", relatou Eunice Cerqueira, em entrevista à imprensa.

De acordo com a conselheira tutelar, a criança foi entregue para uma família interessada em adotá-la no dia 9 de janeiro. Entretanto, somente nesta sexta-feira (12) a equipe conseguiu encontrar a bebê.

Isso porque, de acordo com Maria Eunice, a genitora da menina se arrependeu do ocorrido e procurou o Conselho Tutelar.

A conselheira informou que a funcionária já foi ouvida pela Polícia Civil.

Foi acordado entre Conselho Tutelar, Ministério Público e Juizado que a criança ficará acolhida institucionalmente, até que os órgãos competentes ouçam a mãe para entender o que aconteceu, saber o real desejo da mulher em relação à criança, e as condições psicológicas da genitora.

"Ela vai passar por uma avaliação técnica. A mãe tem um prazo de arrependimento e ela está dentro desse prazo. É inevitável ela passar por essa equipe técnica para ver se ela tem a condição", explica a conselheira tutelar.

A Secretaria de Saúde de Alagoas (Sesau) informou "que está apurando a informação de que uma servidora pode estar envolvida em um caso de adoção ilegal após um parto dentro do Hospital da Mulher". O órgão disse ainda que a funcionária foi afastada das funções e o caso está sendo investigado.

"Demais medidas administrativas poderão ser tomadas diante dos desdobramentos da apuração da Polícia Civil. Vale acrescentar que a Sesau adotou todas as providências para garantir a transparência e integridade da investigação, que segue em sigilo para evitar interferências no processo", informou a Sesau.