Brasileiro de 16 anos é esfaqueado e morto em metrô de Toronto, no Canadá

Por redação com G1 30/03/2023 19h07
Por redação com G1 30/03/2023 19h07
Brasileiro de 16 anos é esfaqueado e morto em metrô de Toronto, no Canadá
Imagem sem data de Gabriel Magalhães, que morreu esfaqueado no metrô de Toronto, no Canadá - Foto: Reprodução/GoFundMe

O brasileiro Gabriel Magalhães, de 16 anos, foi esfaqueado e morreu em uma estação de metrô em Toronto, no Canadá, pouco antes das 21h de sábado (25).

A polícia afirmou que Gabriel estava sentado em um banco perto das escadas rolantes da plataforma de embarque quando foi atacado. Segundo a imprensa local, a polícia afirma que o ataque foi aleatório, sem qualquer motivação.

O suspeito é o morador de rua Jordan O’Brien-Tobin, de 22 anos, que deixou a estação após o ataque, mas foi preso no próprio sábado.

A mãe de Gabriel, Andrea Magalhães, é uma enfermeira em um hospital da cidade. Em entrevista à rede canadense Global News, ela contou que a família deixou a cidade de São Paulo em 2000.

"Nós deixamos São Paulo, uma cidade muito, muito perigosa, muito violenta, estávamos procurando uma vida melhor, oportunidades, e queríamos ter filhos. Nós queríamos segurança para nossas crianças, e por isso viemos para Toronto", afirmou (leia mais abaixo nesta reportagem).

A mãe de Gabriel disse que nunca pensou que algo assim aconteceria com um de seus filhos: “Eu pensei que não havia lugar melhor no mundo para criar minhas crianças do que aqui em Toronto”.

O jornal "Toronto Star" publicou uma reportagem na qual que relatou haver uma onda de ataques aleatórios no metrô da cidade.

Em 2022, houve 1.068 incidentes violentos contra passageiros na rede de transporte público.

Em 2019, antes da pandemia, o número de incidentes violentos foi de 669.

Mãe fala sobre a morte do filho

Antes mesmo de saber que o seu filho tinha sido assassinado, Andrea viu notícias de que um homem tinha sido esfaqueado no metrô, mas ela afirmou ao “Toronto Star” não ter cogitado a possibilidade de se tratar do próprio filho.

“Eu pensei que ele [Gabriel] não é um homem, é uma criança”, disse.

Ela começou a ficar preocupada quando Gabriel não respondeu suas mensagens e telefonemas no sábado à noite. Pensando que o jovem poderia chegar tarde, deixou a porta da casa aberta e ficou acordada. Quem apareceu foram os investigadores.

Andrea também contou que amigos e familiares não estão culpando o homem que esfaqueou Gabriel.

"Neste momento, pessoalmente, eu não o culpo. Eu culpo o sistema. Por que ele não estava sendo atendido? Se nós quisermos resolver o problema, precisamos ir mais fundo do que colocar guardas no metrô e nas ruas", declarou.

"Precisamos do apoio apropriado, e não de cortar fundos de saúde pública. Precisamos investir mais. Essa é uma cidade rica. Nós pagamos muitos impostos e queremos que nosso dinheiro vá para a segurança.”