Casemiro marca, Brasil vence a Suíça por 1 a 0 e garante classificação para as oitavas

Por redação com Gaúcha ZH 28/11/2022 15h03 - Atualizado em 28/11/2022 15h03
Por redação com Gaúcha ZH 28/11/2022 15h03 Atualizado em 28/11/2022 15h03
Casemiro marca, Brasil vence a Suíça por 1 a 0 e garante classificação para as oitavas
Seleção venceu com gol de Casemiro - Foto: Reprodução

O Brasil venceu a Suíça por 1 a 0, com golaço de Casemiro, garantiu-se nas oitavas da Copa do Mundo e respirou aliviado. Mas foi um sufoco. Sem Neymar, sentiu a falta de alguém que pudesse chamar o jogo de seu. Até que Tite colocou um dos caçulas da Seleção Brasileira. Rodrygo, 21 anos, mudou a cara do jogo que parecia fadado ao empate.

Parecia que a Seleção ganharia a partida no ônibus. Eu, se fosse um daqueles recatados jogadores da seleção da Suíça, já teria entregue os tacos antes mesmo de a partida se iniciar.

O ônibus do Brasil estacionou no 974 Stadium, Tite e sua comissão desceram. Os jogadores seguiram lá, batucando, dançando e cantando samba de estremecer o metal dos contêineres do 974. A câmera da transmissão interna da Fifa se fixou na roda do ônibus e nos amortecedores trabalhando, tamanha era a festa brasileira lá dentro.

Todos os jogadores desceram rindo, se abraçando. Pronto, pensei. Não vai sobrar suíço nesta noite aqui em Doha. Só que a seleção suíça, a essa altura, estava no vestiário, concentrada e decorando todos os movimentos para anular o Brasil. E como decoraram. Eles jogaram com uma precisão que só os relógios do país deles têm.

Murat Yakin trocou extrema por meio-campista e montou 4-1-4-1 que formava barricadas na área. Quando Vini pegava na bola, um suíço partia faminto para cima dele. Se a bola passava, ele ficava. Malvadeza com o Malvadeza. Do outro lado, Raphinha gingava sua fina perna esquerda, negaceava e levava alguma vantagem. O problema, porém, estava no meio.

Tite optou por Militão e, com isso, Brasil ficou com quatro jogadores de características mais defensivas, já que Alex Sandro sai menos do que Danilo. Casemiro também saía de forma menos aguda. Fred até se movimentava, buscava, mas com aceleração, não com jeito. Como Paquetá se enfiava entre os suíços, faltava armação. Faltava Neymar, a essa altura numa maca do hotel, tratando o tornozelo.

Assim, o primeiro tempo foi de bocejar. Os suíços estacionados na frente da sua área, os brasileiros embretados, e o samba aquele foi diminuindo. A torcida, que havia começado frenética atrás do gol de Alisson, também foi amornando, amornando, amornando até que restou um único tantan tocando sozinho. Foi triste até de ver.

A única chance do Brasil veio em um lance iniciado e finalizado por Vini. Ele roubou a bola do lateral, tocou para Casemiro, ela rodou e chegou em Raphinha. O cruzamento conectou as duas pontas, e Vini arrematou, livre, mas mal. Os suíços pouco ameaçavam.

Tentavam em lançamentos, sempre interceptados por um Marquinhos soberbo. O que fazia o jogo ser quase que todo de jogadas para os lados. Ficou tão monótono que alguém pescou sentado na sala de comando e bateu no interruptor. A luz do estádio apagou e, dois segundos depois, voltou. Mas isso foi insuficiente para tirar o Brasil da letargia. Foi quando Tite decidiu colocar Rodrygo para aquecer.

Segundo tempo teve a marca do Raio

O Brasil voltou do intervalo já com o guri do Real no lugar de Paquetá. Não é de graça que o chamam de Raio. Ele animou o time. Aos cinco, ele passou pelo meio de dois suíços, e um deles, Rieder, acertou-o no rosto. Levou amarelo.

Depois, Rodrygo dominou a bola confiante e virou para Richarlison. A torcida se animou, elevou o tom do seu samba. O jogo ganhou vida de novo, só que também animou os suíços. Numa invertida de bola, aos sete, Widmer cruzou livre, e a zaga bloqueou o chute. Depois, Alisson saiu com os pés e, por pouco, Embolo não bloqueou.

Os suíços começaram a chegar com algum perigo e até rondaram a área brasileira. Aí, apareceu o Raio. Em um lance casual, o Brasil saiu meio arrevesado de trás. Richarlison ganhou a disputa, Rodrigo acionou Casemiro, que acionou Vini. Do pé dele foi para a rede. Porém, a supermáquina do VAR flagrou impedimento de Richarlison na origem. Gol anulado, festa em vão.

Tite mudou. Colocou Antony e Jesus. Yakin trocou peças e colocou um volante para fechar o lado. Passou para o 4-4-2, com todos da intermediária para trás. O Brasil tinha a bola, mas não ameaçava. O cronômetro da placa hi-tec do 974 Stadium parecia acelerado. Eram 38 do segundo, e o Brasil não havia chutado a gol no segundo tempo. Mas se lembram do Raio?

Ele caiu no mesmo lugar, no deserto, onde só tem tempestade de areia. Marquinhos tocou Vini, que tocou para ele. Em um toque rápido, de costas, achou Casemiro. O chute saiu fatiado, bonito de ver. A bola roçou na nádega direita de Akanji, o suficiente para entrar e desafogar o Brasil. Essa triangulação saiu muitas vezes no Real. Nos salvou agora, de amarelo.

Era o 1 a 0 do desafogo, da vaga antecipada. O 1 a 0 das novas caras do Brasil, mescladas com a experiência de um Casemiro. A partir daí, o samba voltou. Os contêineres do 974 pareciam dançar junto com a batida dos brasileiros. A noite em Doha estava só começando. Nos vemos de novo na sexta, mas já com o olho e a vaga garantida nas oitavas.