Polícia Civil pede a prisão do ator José Dumont por estupro de adolescente

Por redação com Extra 16/10/2022 14h02
Por redação com Extra 16/10/2022 14h02
Polícia Civil pede a prisão do ator José Dumont por estupro de adolescente
José Dumont foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro - Foto: Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) pediu a prisão preventiva do ator José Dumont, investigado por estupro de vulnerável. Ele já havia sido preso em flagrante, em 15 de setembro, por armazenar material pornográfico infantojuvenil. O ator foi solto, porém, no Dia das Crianças, na última quarta-feira, por ordem da Justiça, e está apenas sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.

A Polícia Civil alega que foram reunidas evidências sobre o abuso sexual de um adolescente e que, em liberdade, ele representa risco a outras crianças e adolescentes. Nesta semana, a mãe do menor foi ouvida na DCAV. Ela contou que só soube o que ocorreu com seu filho após vizinhos denunciarem à polícia as suspeitas de estupro no entorno da residência do ator. O advogado da família também endossou que outras crianças podem ter sido vítimas do ator e, fora da prisão, ele poderia coagir as famílias a não falarem nada.

A suspeita de estupro foi o que motivou as primeiras apurações envolvendo o ator e a delegacia chegou a pedir sua prisão por este motivo, mas a época, a equipe teve o endeferimento da solicitação e só obteve um mandado de busca e apreensão para a residência.

Na ação, o ator acabou sendo preso em flagrante com 240 arquivos, entre imagens e vídeos, de pornografia infantil. Mas, segundo o Tribunal de Justiça, Dumont foi solto após cerca de um mês porque estava sendo processado pelo crime de armazenamento de imagens de cenas pornográficas e "de acordo com o Código de Processo Penal, não cabe prisão preventiva nessa situação. No entanto, ele terá de cumprir medidas cautelares alternativas, como monitoração eletrônica".

A DCAV aguarda agora o deferimento da nova prisão preventiva pedida pela 33ª Vara Criminal.

Avanço das investigações

Na operação de busca e apreensão na casa de José Dumont, também foi encontrado um comprovante de depósito bancário para uma vítima de abuso sexual, um menino de 12 anos, que teria recebido os mil reais do ator após o crime. O artista já era investigado pela DCAV por este estupro.

De acordo com a polícia, ele teria se aproveitado do prestígio e reconhecimento como ator para atrair a atenção do adolescente, que era seu fã. A investigação aponta ainda que ele desenvolveu um relacionamento próximo com o menino, oferecendo ajuda financeira e presentes, valendo-se da vulnerabilidade financeira da vítima para, a partir daí, fazer investidas com beijos na boca e carícias íntimas, que acabaram sendo captadas por câmeras de vigilância, dando início às investigações.

Confrontado com as imagens de pornografia infantil apreendidas em seu celular e no seu computador pessoal, o ator confirmou, em depoimento prestado à polícia, ao qual o EXTRA teve acesso, que elas eram de sua propriedade e faziam parte de um “estudo para a futura realização de um trabalho acerca do tema, sem tabus ou filtros”.

Ainda, um relatório técnico feito pelo por policiais do Núcleo de Combate ao Uso e à Exploração Sexual Infantil da Dcav indicou que pelo menos um dos 240 arquivos de imagens e vídeos de pornografia infantil, encontrados armazenados em um computador e um celular do ator que foram apreendidos, pode ter sido produzido com uma câmera do aparelho de telefonia apreendido com Dumont.

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) também anunciou neste mês ter requerido a retomada das investigações de um inquérito policial que apura uma denúncia de crime de estupro de vulnerável contra José Dumont . De acordo com o relato de duas testemunhas, o delito teria ocorrido em 2009, no interior de um apartamento onde o ator se hospedava, no município de Cabedelo, e envolveria meninos na faixa etária de oito a 14 anos.

Segundo o MPPB, o inquérito estava parado desde 2013, após tentativas fracassadas de localizar e ouvir o ator, no Rio e em São Paulo por carta precatória. Ainda segundo o MPPB, o inquérito foi encaminhado para a autoridade policial com um pedido para que às vítimas do suposto crime sejam identificadas e ouvidas. Como a investigação não encontrou indícios suficientes da autoria do crime, o ator não foi denunciado pelo Ministério Público na época.