Esteticista vence tumor raro no cérebro após diagnósticos errados de labirintite

Por Redação com G1 10/09/2022 15h03
Por Redação com G1 10/09/2022 15h03
Esteticista vence tumor raro no cérebro após diagnósticos errados de labirintite
Simone Gomes, de 44 anos, realizou cirurgia em Santos para retirar tumor raro do cérebro - Foto: Arquivo Pessoal

A esteticista Simone Gomes, de 44 anos, venceu um tumor cerebral raro chamado schwannoma. Ele tinha aproximadamente cinco centímetros e foi retirado por neurocirurgiões do Sistema Único de Saúde (SUS) de Santos, no litoral de São Paulo. Em conversa com o g1 ela contou toda a angústia com o diagnóstico e otimismo com o tratamento.


A neurocirurgia aconteceu em 19 de agosto, na Santa Casa de Santos, quase um mês após a descoberta do tumor. Antes do diagnóstico, Simone sofria com tontura, enjoo, zumbido no ouvido e falta de equilíbrio, sintomas que eram tratados como labirintite.


“Há pouco mais de um mês fiz uma tomografia e o doutor Carlos Augusto Peres [neurocirurgião] descobriu o tumor. O médico não queria esperar muito para fazer a cirurgia para não dar hidrocefalia, porque o tumor estava empurrando o meu tronco encefálico e o cerebelo. O tumor tinha quase cinco centímetros de diâmetro, com tipo um 'rabinho', pois começou no canal auditivo”, explicou.


Simone relatou que, quando soube do tumor ficou muito preocupada, pois, quando era criança, sofria com convulsões e, aos 24 anos, teve um aneurisma cerebral. Ela afirmou que não esperava 'passar novamente por uma situação assim', de angústia, medo e dor.


“Após a descoberta meu mundo virou de cabeça para baixo. Um dia você está bem, e no outro precisa fazer uma cirurgia com urgência e não tem tempo para digerir isso”, desabafou.


Além da doença e do tratamento, as preocupações da esteticista se voltavam para o filho e para o trabalho, pois ela é autônoma e ficaria sem trabalhar. "É difícil, pois fico desprovida financeiramente. Mas uma amiga está cuidando do meu espaço e dividimos [os lucros]. Graças a Deus ela pode ajudar nesse momento. Tive ajuda de amigos, clientes e de familiares".


Depois da cirurgia, a preocupação com o tumor perdeu espaço, que foi ocupado pelo alívio de ter operado e superado mais uma doença. Apesar das sequelas pós-cirúrgicas, ela considera que o procedimento foi um ‘sucesso’.



“A cirurgia correu muito bem. O doutor Jorge conseguiu retirar todo o tumor, preservando meu músculo facial em até 85%. O resultado [da cirurgia] pelo tamanho e localização do tumor foi muito bom, graças a Deus. Ficamos muito felizes, pois a chance de o tumor voltar é mínima [de acordo com o médico]. Preciso fazer fisioterapia e terapia fonoaudióloga para trazer de volta os movimentos da face do lado direito, na boca, olho e sobrancelha. A recuperação é lenta, mas com persistência e com as orientações corretas vai ficar tudo bem”.


Caso raro


Simone ressaltou a importância de falar sobre o assunto, pois, segundo ela, é um tumor pouco falado e com sintomas confundidos com labirintite. O g1 conversou com um especialista, que confirmou que o schwannoma é raro.


De acordo com o oncologista Franklein Vieira Maia, o schwannoma é um tumor que nasce na camada que reveste os nervos do corpo humano, podendo crescer em qualquer parte do corpo.


“Os sintomas principais são crescimento de alguma região do corpo e dor local. O principal tratamento é cirúrgico, e requer um profissional com experiência em cirurgia oncológica, pois é necessário cuidados no momento de ressecção [remoção do tumor]”, explicou.


O profissional informou que dependendo da localização, tamanho e profundidade do tumor, a cirurgia pode ser uma 'simples' retirada do tumor, porém, quando é um tumor cerebral, o procedimento é considerado invasivo e de alta complexidade.