Arapiraquense que mandou matar marido é condenada com pena reduzida porque era agredida

Júri aconteceu nessa quinta-feira (1), na 8ª Vara Criminal

Por Redação com Dicom-TJ AL 02/09/2022 14h02
Por Redação com Dicom-TJ AL 02/09/2022 14h02
Arapiraquense que mandou matar marido é condenada com pena reduzida porque era agredida
Julgamento aconteceu no Fórum de Arapiraca - Foto: Reprodução

Nessa quinta-feira (1), em Arapiraca, foram condenados por tentativa de homicídio, contra José Rogério Pacheco Moreira, em 2014, Franciane Ferreira de Lima e Valmir Ferreira da Silva. A acusada era esposa da vítima.


Franciane foi condenada a 3 anos de reclusão, em regime inicial aberto. Já Valmir, foi condenado a oito anos em regime inicial fechado. Eles terão o direito de recorrer em liberdade.


Segundo as testemunhas e a própria ré, José Rogério suspeitava que a esposa mantinha uma relação extraconjugal, o que gerava brigas, ameaças e agressões físicas.


Ao calcular a pena, o juiz Helestron Costa considerou o posicionamento dos jurados, que reconheceram a hipótese de homicídio privilegiado, por entenderem que o crime foi motivado por “relevante valor moral ou social” por parte da ré Franciane, tendo em vista que ela agiu movida pelas agressões que sofria.


Por outro lado, o magistrado ressaltou que a motivação reconhecida pelos jurados “não encontrou amparo em depoimentos diretos de testemunha”, e destacou que “a única referência feita a tais fatos, além da própria versão apresentada pela ré, advém apenas das declarações prestadas por Cladson Ferreira da Silva, que afirmou ter ouvido dela mesma, enquanto mantinham um relacionamento extraconjugal”.


A decisão aponta também a relevância das lesões sofridas por José Rogério e a possibilidade de que a ação criminosa tenha contribuído indiretamente para a morte dele, ocorrida depois de quase quatro anos.


O crime



A tentativa de homicídio ocorreu no dia 30 de junho de 2014, em Arapiraca
. Consta nos autos que José Rogério chegou em sua residência e, ao abrir o portão da garagem, foi surpreendido por disparos de arma de fogo.


A investigação apontou que Franciane conversou com um pedreiro, o qual já havia prestado serviços ao casal, sugerindo o cometimento do crime, mas ele recusou e indicou o réu Valmir, que solicitou a ajuda de Danilo Albuquerque dos Santos e Pedro Cesar Borges dos Santos. Em depoimento, Valmir afirmou que a ré prometeu pagar R$ 10 mil, mas pagou apenas R$ 5.400,00, porque José Rogério não veio a óbito.


Pedro Cesar responde pelo crime em um processo separado, e Danilo Albuquerque faleceu durante o andamento da ação penal.