Sinaspen havia solicitado revista geral no Presídio do Agreste 50 dias antes de fuga

Por redação com TNH1 19/08/2022 18h06
Por redação com TNH1 19/08/2022 18h06
Sinaspen havia solicitado revista geral no Presídio do Agreste 50 dias antes de fuga
presídio - Foto: Reprodução

O Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Alagoas - Sinaspen-AL - informou que um ofício foi enviado para a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) de Alagoas no dia 9 de junho deste ano, em que solicitava uma revista geral no Presídio do Agreste. A unidade prisional, situada em Girau do Ponciano, foi violada durante a fuga de doze detentos no último dia 31, cerca de 50 dias depois do pedido do sindicato.

De acordo com o Sinaspen, a revista geral dentro do sistema prisional visava encontrar algum ilícito que pudesse prejudicar a ordem e disciplina dentro do estabelecimento, bem como a ressocialização e os direitos dos próprios custodiados e policiais penais. A solicitação, no entanto, não teria sido atendida pelo órgão.

O sindicado também destacou que, à época, os policiais penais não sabiam como era realizada a segurança do local e se eram feitas revistas gerais em todas as celas e locais do sistema prisional. "Importante frisar que, no Presídio do Agreste, somente os empregados da empresa Reviver faziam a segurança, revista e administração do local, por meio de uma terceirização, conforme Termo de Contrato Seris nº 021/2022, publicado no Diário Oficial de AL em 18/03/2022. Desta forma, todos os cuidados com a logística de segurança e revista geral eram realizados pelos terceirizados da Empresa Reviver. Contudo, agora o presídio está ocupado por aqueles que realmente tem o direito e o dever de trabalhar na atividade-fim no local, que são os Policiais Penais do Estado de Alagoas".

O Sindaspen informou ainda que havia uma divisão de atribuições e tarefas a diferentes grupos de policiais penais que atuam no sistema prisional, e destacou que os agentes do Grupo de Escolta, Remoção e Intervenção Tática (GERIT) e o Comando de Operações Penitenciárias (COP) estavam treinados e capacitados para a fiscalização.

"Pelo exposto, o Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Alagoas – SINASPEN/AL, requer que seja determinada a realização de uma Revista Geral no Presídio do Agreste, com a participação do Grupo de Escolta, Remoção e Intervenção Tática (GERIT) e do Comando de Operações Penitenciárias (COP), com a finalidade de encontrar e retirar qualquer material ilícito e para garantir a ordem, disciplinar, segurança e respeito aos direitos dos presos e dos policiais penais", finalizou o sindicato no ofício.

A Seris ainda não se manifestou sobre a solicitação que havia sido feita pelo sindicato para a revista geral. A matéria será atualizada assim que a reportagem receber resposta.

Buscas por criminosos - As forças de segurança do estado de Alagoas ainda seguem à procura de seis dos 12 fugitivos do Presídio do Agreste, no município de Girau do Ponciano, Agreste alagoano. Luan Alberto Araújo Ferreira, José de Lima Martins, João Paulo Santos Silva, Henrique Alvino dos Santos, Ewerton Soares Cordeiro e Adilton Franca da Silva são os presidiários que ainda estão escondidos da polícia desde o dia da fuga.

Eles deixaram o complexo prisional após violarem o sistema de segurança da unidade e logo se separaram dos reeducandos que já foram recapturados.

Reeducandos recapturados - No último dia 4, quatro reeducandos haviam sido localizados após buscas na cidade de Major Izidoro, no Sertão de Alagoas. Alison Miranda da Silva, José Sebastião Vicente da Silva, Lucival da Conceição Bezerra Lima e José Rendrikson Barbosa Vilar foram detidos na operação. O quinto e último detento recapturado foi Jaelson Cândido da Silva, no dia 5 de agosto, na zona rural do município de Jaramataia, no Agreste.

Já Claudemir da Silva morreu baleado após reagir à investida das equipes das forças de segurança e trocar tiros com elas. Natural de Maceió, ele tinha 29 anos e cumpria pena desde o ano de 2018 por homicídio e roubo qualificado.

Seris disponibiliza número de WhatsApp para denúncias - A Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) disponibilizou um número de WhatsApp para que a população possa dar informações sobre os possíveis paradeiros dos fugitivos do Presídio do Agreste, além de outras denúncias. Até o momento, dos 12 detentos que escaparam do complexo de segurança em Girau do Ponciano, cinco foram recapturados, um morreu em troca de tiros e seis continuam foragidos.

De acordo com o órgão, o Disque Denúncia 181, da Polícia Civil, continua disponível, mas, por meio do número 98704-2234, no aplicativo WhatsApp, é possível passar informações como imagens, seja fotos ou vídeos, e localização precisa, por meio de coordenadas geográficas. O sigilo é garantido ao denunciante.

MPE investiga falhas no presídio - "Houve um sucessão de falhas e em um contexto muito mais amplo". A fala é do promotor de Justiça de Alagoas, Luiz Vasconcelos, sobre a fuga de 12 reeducandos do Presídio do Agreste. O representante do Ministério Público Estadual (MPE) afirma que somente as investigações vão especificar se as falhas foram por omissão ou mesmo por dolo.

Luiz Vasconcelos disse ser inadmissível uma fuga de tal tipo para o sistema penitenciário alagoano, principalmente no Presídio do Agreste, que foi descrito pelo promotor como o de melhor estrutura em todo o estado. Sobre os funcionários que estavam fazendo a segurança do presidio no momento da fuga, o promotor disse que todos foram afastados e passarão por procedimentos administrativos.

A fuga - Os doze detentos que fugiram do Presídio do Agreste, no município de Girau do Ponciano, serraram as grades da cela e depois passaram por duas áreas de telas com arame farpado no complexo de segurança.

Eles teriam envolvimento com facções criminosas, porém a informação não foi confirmada pela Seris. Seis deles cumpriam pena por homicídio, enquanto os outros seis têm ligação com tráfico de drogas, roubo e porte ilegal de arma de fogo.