Diretores explicam por que utilizaram fotos do corpo de Daniella Perez

Por redação com Metrópoles 02/08/2022 18h06
Por redação com Metrópoles 02/08/2022 18h06
Diretores explicam por que utilizaram fotos do corpo de Daniella Perez
Ator Raul Gazolla e Daniela Perez - Foto: Reprodução

A série Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez relembra o crime que chocou o país 30 anos atrás. A filha de Gloria Perez foi encontrada assassinada em um matagal do Rio de Janeiro, após inúmeros golpes de Guilherme de Pádua e sua mulher na época, Paula Thomaz. O documentário também mostra o momento em que o corpo foi encontrado, em cenas que chocam os telespectadores.

Durante uma entrevista ao Band.com.br, Tatiana Issa e Guto Barra, diretores da produção, explicaram por que utilizaram as imagens. “Em um primeiro momento nos perguntamos se deveríamos mostrar as fotos do crime, que são tão chocantes. Mas a Gloria sempre achou importante mostrá-las justamente para que as pessoas pudessem ver e relembrar a brutalidade bárbara e cruel que foi esse crime e o que fizeram com a filha dela”, explicou Tatiana.

“As pesquisas foram feitas com muito cuidado, muito estudo, baseadas sempre nos autos do processo. Nos debruçamos em todos os documentos, laudos, em toda a cobertura feita na época e nos arquivos pessoais da Gloria”, completou a diretora.

Tatiana também pontuou que as imagens evitam “versões plantadas pelos criminosos e levadas ao julgamento pela defesa”. “O que sempre chocou a Gloria e a família era o uso constante das fotos da novela com os personagens Bira e Yasmim, dando margem para versões mentirosas e machistas que foram perpetuados durante tantos anos”.

Em entrevistas que deu na época, Guilherme de Pádua insinuava que Daniella Perez estava apaixonada por ele e queria viver um romance, mas ele teria negado, já que os dois eram casados. Paula Thomaz teria descoberto o “assédio”, e, tomada de ciúmes, quis conversar com a atriz a respeito, mas as duas discutiram e tudo ocorreu de forma inesperada.

“É imprescindível que a série consiga esclarecer de uma vez por todas que isso [o romance entre vítima e assassino] nunca aconteceu. Essa narrativa faz parte de um viés sempre machista, de tentar culpabilizar a vítima, transformar os fatos a favor dos criminosos, perpetuar inverdades, muitas vezes convenientes para vender revistas e jornais. Isso precisa acabar. A série se baseia nos autos do processo, nos julgamentos de ambos e na verdade do crime”, finalizou Tatiana.