HGE investiga denúncia de que estudantes de medicina de Maceió realizaram cirurgia irregularmente

Por redação com G1/AL 23/05/2022 21h09
Por redação com G1/AL 23/05/2022 21h09
HGE investiga denúncia de que estudantes de medicina de Maceió realizaram cirurgia irregularmente
HGE apura denúncia de que estudantes de medicina realizaram cirurgia irregularmente na unidade - Foto: Foto: Redes sociais

O Hospital Geral do Estado (HGE) investiga se três estudantes de medicina realizaram um procedimento cirúrgico na unidade irregularmente. De acordo com a denúncia, os envolvidos não estão sequer na residência médica (etapa destinada a profissionais recém-formados, como uma modalidade de pós-graduação). A informação foi confirmada ao g1 nesta segunda-feira (23).

O caso aconteceu no dia 17 de maio. Teriam participado um estudante do 3º período de medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que é filho de um cirurgião do HGE que apenas assistiu à cirurgia, um estudante do 8º período do Centro Universitário Cesmac e outra do Centro Universitário Tiradentes (Unit). O curso de medicina no Brasil tem duração de 12 períodos.

Por meio de nota, o HGE informou que as pessoas citadas e os coordenadores das áreas envolvidas foram notificados para pestarem esclarecimentos. "Caso o fato seja confirmado, um procedimento administrativo será aberto para responsabilização das pessoas mencionadas nas esferas cabíveis (leia na íntegra ao final do texto).

A reportagem também entrou em contato com as universidades onde os estudantes estudam. A Ufal disse que vai aguardar o final das investigações para se pronunciar. Já a Unit informou que começou a apurar o caso, mas adiantou que "a aluna não estava realizando atividades acadêmicas oficiais da instituição durante o fato citado. Que os atos praticados pela aluna fora do horário acadêmico são de responsabilidade da mesma". O Cesmac não respondeu.

A denúncia foi feita por um residente de medicina do HGE, que gravou um vídeo ao perceber o procedimento irregular e protocolou a denúncia junto à instituição via email. Em um relato compartilhado anonimamente nas redes sociais, ele contou que foi intimidado pelo médico que é pai de um dos estudante.

Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM), o médico precisa fazer, no mínimo, dois anos de residência para realizar alguns procedimentos cirúrgicos, acompanhados de um cirurgião formado e experiente. Durante o curso de medicina, os estudantes podem somente acompanhar os procedimentos como internos, sempre sob supervisão médica.

Leia a nota do HGE na íntegra:


A Gerência do Hospital Geral do Estado (HGE) apura a denúncia de que estudantes de Medicina, acompanhados por médicos sem atendimento a lei de estágios, estiveram à frente de um procedimento cirúrgico de maneira irregular. Coordenadores das áreas envolvidas já foram notificados, bem como as pessoas supostamente envolvidas, para prestação de esclarecimentos. Caso o fato seja confirmado, um procedimento administrativo será aberto para responsabilização das pessoas mencionadas nas esferas cabíveis.

Leia a nota da Unit na íntegra:


O Centro Universitário Tiradentes - Unit Alagoas, vem a público informar que tomou conhecimento da denúncia realizada e está apurando os fatos, porém em apuração preliminar, foi constatado que a aluna não estava realizando atividades acadêmicas oficiais da instituição durante o fato citado.

Que os atos praticados pela aluna fora do horário acadêmico são de responsabilidade da mesma e que o Centro Universitário Tiradentes continuará com a verificação dos fatos e se coloca à disposição para mais esclarecimentos.