Carioca foragido por triplo homicídio no trânsito e brasileiro há mais tempo na lista da Interpol é preso nos EUA

Por redação com G1 04/04/2022 19h07
Por redação com G1 04/04/2022 19h07
Carioca foragido por triplo homicídio no trânsito e brasileiro há mais tempo na lista da Interpol é preso nos EUA
Acidente em 2003 deixou três mortos; na imagem, os pais de Fabrício Diniz chegam ao local e reconhecem o corpo do filho - Foto: Reprodução/TV Globo/Arquivo

O Serviço de Imigração dos EUA prendeu na tarde de domingo (3), em Miami, com informações da Polícia Federal, um cidadão carioca, foragido há quase 20 anos. Marcelo Henrique Negrão Kijak era o brasileiro que figurava há mais tempo - desde 2004 - na lista de procurados da Interpol.

O preso é acusado de ser responsável por um acidente de trânsito, ocorrido no dia 10 de março de 2003, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio que culminou com a morte de três jovens: Fabrício, Mariana e Juliane.

O caso teve bastante repercussão na época e ganhou notoriedade no país. Fernando Diniz, o pai de uma das vítimas, Fabrício Diniz, criou uma organização não governamental que luta pela conscientização dos motoristas e contra a impunidade nos crimes de trânsito, com papel decisivo na aprovação da Lei 11.705/08, a chamada Lei Seca.

A localização e prisão do acusado foram realizadas pelas autoridades americanas graças à atuação conjunta dos policiais federais do Núcleo de Capturas Internacionais da Polícia Federal (INTERPOL/PF) com apoio do Núcleo de Cooperação Policial Internacional no Rio de Janeiro (NCPI/INTERPOL/RJ).

'Não perdoo', diz pai de vítima

Segundo a Polícia Federal, no ato da prisão, no Aeroporto de Miami, o foragido portava passaporte israelense com outro nome, e embarcava em voo para Israel, país para o qual fugiu, logo após o crime, e adquiriu nacionalidade na tentativa de permanecer foragido da justiça brasileira.

"Estou perplexo com essa notícia. Minha mulher, que é muito católica, já disse que perdoou o Kijak. Eu não! Sempre disse que a morte do meu filho não seria em vão, e que a Justiça tarda, mas não falha. Nunca perdi a esperança de vê-lo preso", disse o pai de Fabrício, o engenheiro Fernando Diniz, ao ser informado da prisão pelo g1.

Fernando, que preside a ONG Trânsito Amigo, está ansioso agora para saber a data de extradição de Marcelo Kijak, e como se dará sua pena na Justiça brasileira.

"O que sei é que o crime não prescreve, mas ela não pode pagar só uma cesta básica ou qualquer pena alternativa por ter tirado a vida de três jovens", diz.

O Kijak foi encaminhado ao sistema prisional americano até a extradição definitiva para o Brasil, onde poderá ser condenado a pena de até 12 anos de prisão em regime fechado. O g1 tenta contato com a defesa de Marcelo Kijak para comentar a prisão.