Psicologia dos jogadores de cassino
Todos nós sabemos que o jogo acompanha a espécie humana desde há muito tempo. Praticado em ambiente fechado, ou seja, em uma dependência cuja estrutura estimula o imaginário, ou seja, um cassino, tem-se registros ainda no século XVII. Até chegarmos aos melhores casinos online foram quase quatrocentos anos.
Nestes quatro séculos de existência dos cassinos, muitas foram as implementações de natureza psicológica visando conquistar o apostador. A prática das apostas existe para proporcionar divertimento, e mais até, contribuir para a socialização dos indivíduos. Mas nem tudo é festa e alegria no mundo das apostas, há um número expressivo de pessoas que acabam por adotar um comportamento compulsivo em relação ao jogo; definitivamente, isso não é nada saudável.
Isso ocorre, quase sempre, em função de desequilíbrios emocionais que levam o apostador a um estado psíquico semelhante àquele encontrado em indivíduos viciados em álcool ou drogas. Qualquer tipo de jogo pode levar à compulsão, desde um simples 21, chegando à roleta. De fato, o cérebro é uma máquina extremamente complexa.
Hormônios, adrenalina e sensações de prazer
Conforme nos explicam profissionais da saúde mental, o processo é bioquímico. Estevão Leopoldo, psiquiatra, explica: “(…) o corpo tende a se autorregular, sair de um estado ruim e voltar pra um estado de saúde. Ou seja, o corpo tem uma capacidade de se estressar e voltar para esse estado. O corpo libera nos momentos de tensão hormônios como adrenalina e cortisol, que são os hormônios descarregados pelo estresse emocional e, após esse momento, os hormônios se organizam e liberam substâncias que dão a sensação de prazer, como a citocina e a dopamina”.
No entendimento da psicóloga Denise Gomes, “as pessoas precisam unir a psicoterapia com a psiquiatria para conseguirem superar o vício em jogos, atingindo não só o lado biológico, como também o psicológico”.
Ainda conforme a psicóloga, “muitas pessoas possuem vazios existenciais” que são preenchidos pelo jogo, transformando-os em uma válvula de escape. Quer dizer, a realidade sufoca e livrar-se disso é o que mais interessa. Toda a energia do indivíduo acaba voltada para o jogo. Ela conclui: “algumas pessoas se viciam em drogas ilícitas, outras em comidas, outras em jogos”. O problema, segundo ela, é o exagero.
Apostador compulsivo: como controlar?
O apostador compulsivo perde o controle, e o que seria uma diversão se transforma em um problema muito grande. Há um ditado popular que diz “a diferença entre o remédio e o veneno está na dosagem”, e isso deve ser considerado em quaisquer segmentos da vida. Há quem coloque toda a sua energia emocional em um romance, repetindo padrões em seus relacionamentos que lhes são prejudiciais.
O psiquiatra Estevão Leopoldo observa que há várias linhas de tratamento, mas considera fundamental que o indivíduo se submeta à psicologia comportamental, e afirma: “acredito que há duas formas de você pensar isso. Uma consciência individual, em que você vai tratar a forma de vida da pessoa – como ela pensa, como se articula – e a saúde neurofisiológica, que se relaciona com processos traumáticos, com o estresse e toda essa cadeia de funcionamento neurofisiológico”.
Por seu turno, Denise Gomes crê que é bastante comum que os jogadores compulsivos tenham dificuldades em outros aspectos da vida, mas ao contrário da dependência química, tais dificuldades estão mais associadas ao Transtorno Obsessivo Compulsivo, o famoso TOC. O sentimento de satisfação não é análogo aos prêmios que podem ser conquistados, mas à adrenalina que o jogo pode causar. Sua visão, contudo, é otimista em relação aos jogos: “os jogos passam a ser um problema a partir do momento em que atrapalham a vida social e financeira do indivíduo. Exceto nesses casos, os cassinos podem ser um ótimo ambiente de socialização e diversão”.
Apostas online e a regulamentação dos cassinos no Brasil
O que depreendemos até aqui, é que o apostador deva manter-se sempre equilibrado emocionalmente, ou minimamente comportar-se dentro de certos limites. Os cassinos modernos, sejam ambientados fisicamente, sejam online, têm essa preocupação. Hoje, a regulamentação de cassinos vem sendo amplamente debatida no Brasil país, mas o jogo online é permitido, pois seus servidores estão em países cuja regulamentação já está aprovada.
Em sites de apostas online, há um sistema de segurança próprio que criptografa as informações particulares dos usuários para que nenhum dado seja vazado, além de que o próprio canal promove alguns sistemas de controle automático para que o jogador também não extrapole seus gastos ou o seu tempo no jogo, incluindo: limites para a transação depósitos, transferências e perdas; moderação, ou seja, tempo de jogo do indivíduo; cronômetro que estipula um limite de tempo e, assim que ele for atingido, a página é desconectada; intervalo, semelhante ao anterior, mas o site dá um intervalo que pode ser desde 24 horas até 30 dias e, finalmente, a auto exclusão para quem acha que precisa ser bloqueado pelo sistema por, no mínimo, seis meses.
Os cassinos sabem que um jogador compulsivo acabará por prejudicar-se muito e, não é a perda de um cliente que está em jogo, mas a própria responsabilidade social da casa.
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