Morte de peixes: laudo de pesquisadores da Ufal revela pesticidas na laguna Mundaú

Por Sidinéia Tavares/Redação com Ascom Ufal 21/03/2022 09h09 - Atualizado em 21/03/2022 09h09
Por Sidinéia Tavares/Redação com Ascom Ufal 21/03/2022 09h09 Atualizado em 21/03/2022 09h09
Morte de peixes: laudo de pesquisadores da Ufal revela pesticidas na laguna Mundaú
Peixes morreram na Lagoa Mundaú - Foto: Ascom Ufal

Laudos de pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) apontaram que a morte de peixes da Laguna Mundaú é resultado de um nível preocupante de contaminação por substâncias químicas nas águas do local.

O alto nível de contaminação representa riscos para o meio ambiente e para a saúde humana. Ainda mais tratando-se de ingestão de pescados oriundos da região onde foi verificada a mortandade de peixes.

As amostras foram coletadas pelo pesquisador Emerson Soares, da Ufal, em local próximo ao Porto do Sururu, no dia 13 de março, após denúncias de pescadores da comunidade do Flexal, no bairro de Bebedouro.

Conforme o pesquisador, o Laboratório de Aquicultura e Análise de Águas (Laqua), que ele coordena, analisou 24 parâmetros físico-químicos, com resultados alterados para 15 desses itens. “Destes, o que mais chamou a atenção foi o manganês, que estava em concentrações entre 70 a 80 vezes acima do nível permitido. Essa substância provoca distúrbios motores e causa danos ao fígado dos peixes, também impede as trocas gasosas, assim os peixes não conseguem retirar o oxigênio da água”, explicou o pesquisador.

O laudo deixa claro que "os peixes morreram por intoxicação química e orgânica, devido ao produto lançado, de forma intencional, por escape ou ainda por escoamento superficial”. Devido a isso, é necessária a "realização de monitoramento do ambiente lagunar com vistas a saúde pública e qualidade e segurança alimentar, devido a alguns índices elevados de mercúrio, manganês, potássio, BTEX (tolueno), bactérias e coliformes fecais encontrados no ambiente. Estes afetam e podem trazer graves danos à saúde da população”.

Os laudos já foram enviados para o Ministério Público Federal (MPF) para que sejam tomadas as medidas cabíveis.