Djokovic pode ter fraudado exame de Covid, diz televisão britânica

Por redação com GE 29/01/2022 08h08
Por redação com GE 29/01/2022 08h08
Djokovic pode ter fraudado exame de Covid, diz televisão britânica
Novak Djokovic - Foto: Getty Images

A televisão britânica "BBC" encontrou suspeitas de fraude nos testes de Covid que o tenista Novak Djokovic apresentou ao tentar entrar na Austrália para disputar o Austalian Open. A publicação aponta indícios de fraude.

A “BBC” confrontou a documentação apresentada pelos advogados de Djokovic à Justiça australiana com dados do Instituto de Saúde Pública da Sérvia e atestou uma série de inconsistências.

Segundo a reportagem, os dados digitais do exame número 7371999 sugerem que o resultado negativo seria de um exame feito no dia 26 de dezembro às 14h21 no horário sérvio, e não no dia 16 de dezembro, como indicou a defesa do jogador. A data posterior, no entanto, poderia ter sido a do registro ou download do resultado, apesar de o mais comum ser o registro imediato após o resultado.

Já o exame negativo apresentado pela defesa de Djokovic, com data de 22 de dezembro, tem número 7320919. Normalmente a organização dos registros é feita de forma sequencial. A diferença entre eles, de pouco mais de 51 mil, é coincidentemente a mesma diferença de testes realizados no período de 22 a 26 de dezembro, de acordo com dados do sistema de saúde da Sérvia.

Segundo a reportagem, os indícios acima citados indicariam que o teste negativo de Djokovic teria sido, na verdade, produzido antes do segundo teste, com resultado positivo.

No início de janeiro, a revista alemã "Der Spiegel" já havia trazido o assunto para debate. Com outros elementos ainda.

Segundo a publicação alemã, o QR code disponível no teste de Covid-19 de Djokovic datado de 16 de dezembro também gerou controvérsia. Ao acessá-lo, o “Der Spiegel” se deparou com dois diferentes resultados no espaço de pouco mais de uma hora. A reportagem apresenta dois prints, ambos feitos no dia 10 de janeiro. No primeiro, às 13h19 (horário local), o resultado do exame aparece como negativo. No segundo, às 14h33, o resultado aparece como positivo.

Tanto a reportagem do “Der Spiegel”, quando a da "BBC" tentaram contato com o governo sérvio e com o estafe de Djokovic, mas não obteve retorno.

Após diversos recursos, Djokovic foi deportado da Austrália e não pode disputar o Australian Open. Com isso ficou impossibilitado de disputar a competição de tênis e buscar o recorde de 21 títulos no Grand Slam.