Caso Henry: Jairinho diz, em carta, que menino pode ter morrido de causas naturais ou até ter sido envenenado

Por Extra 04/01/2022 10h10 - Atualizado em 04/01/2022 10h10
Por Extra 04/01/2022 10h10 Atualizado em 04/01/2022 10h10
Caso Henry: Jairinho diz, em carta, que menino pode ter morrido de causas naturais ou até ter sido envenenado
Jairinho diz em carta que Henry pode ter morrido de causas naturais - Foto: Guito Moreto / Agência O Globo

No primeiro pronunciamento após ser preso, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, reitera as informações prestadas na 16ª DP (Barra da Tijuca), em 17 de março: ele nega que tenha torturado ou matado o enteado, Henry Borel Medeiros, de 4 anos. Em seis páginas de caderno escritas na Cadeia Pública Pedrolino Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, o ex-parlamentar reafirma o bom relacionamento que tinha com o filho de sua então namorada, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e chega a sugerir que menino possa ter sido vítima de causas naturais, ter chegado doente do fim de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, ou até sido envenenado.


Na carta, divulgada pelo UOL e obtida pelo Globo, Jairinho diz ter sido vítima da espetacularização da investigação criminal e da criação de um enredo de condenação antecipada, que incitou a “ordem pública”. O ex-vereador alega que não havia motivos para que o delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP e responsável pelo inquérito, desconfiasse dele. “Não existe qualquer indício de que eu tenha feito absolutamente nada com o Henry”, escreve.



Jairinho destaca que, entre janeiro e março de 2021, quando Monique e Henry foram morar com ele no condomínio Majestic, no Cidade Jardim, o menino continuou a dormir quatro dos sete dias da semana com os avós, na casa deles em Bangu. Nos outros, recebia a companhia de Rosângela Medeiros da Costa e Silva e Fernando José Fernandes da Costa e Silva, que iam até o apartamento na Barra da Tijuca para pernoitar com ele.


O ex-vereador afirma que, tanto os familiares de Monique, como as babás, a empregada, a professora e a psicóloga de Henry foram “categóricas” em afirmar em depoimento que nunca presenciaram comportamento anormal dele em relação ao Henry e que ele, inclusive, tratava o menino “muito bem”, nunca tendo a criança reclamado. Ele cita ainda que a criança nunca apareceu com marcas de agressões quando passava dias com o pai.


Jairinho também critica os laudos assinados por peritos do Instituto Médico-Legal (IML), que apontam que o Henry sofreu hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente, e que seu corpo apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões: “Os laudo (sic) não trás (sic) a materialidade, são contraditórios, são feitos seis laudos, e aí um vem “desdizendo” o outro, o que caracteriza uma perícia falsa, das pouquíssimas fotos que o perito tira, ele coloca mais lesão no desenho esquemático”.


“Eu tenho um prontuário de medicamentos que eu tomo a (sic) mais de dez anos! Acordo, naquela noite, por Monique para socorrer o Henry (…). Fato é que, ao ser acordado, socorremos o Henry prontamente, descemos o elevador e ali mostra o rosto e o abdômen sem nenhuma lesão”, escreve Jairinho. Ele também discorre sobre o atendimento recebido pelo menino no Hospital Barra D’OR: “Em momento algum, se não teriam chamado a polícia ou o conselho tutelar, as médicas viram qualquer sinal de violência.


“Não houve agressão. Henry foi socorrido prontamente, o mais rápido possível, imagens de elevador mostra (sic) sem lesão, foi atendido, as médicas e o perito demonstram inflamatório (sinal inequívoco de vida), chegou vivo, foi feito (sic) duas horas de massagem cardíaca e depois as médicas atestam o óbito, sem lesão e sem causa determinada. Se não houve lesão, não houve agressão. Isso foi visto por todos”, conclui Jairinho.