Sem acordo com aéreas, pilotos e comissários começam greve na segunda

24/11/2021 17h05
24/11/2021 17h05
Sem acordo com aéreas, pilotos e comissários começam greve na segunda
Greve - Foto: Reprodução

Pilotos e comissários de bordo associados ao Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) votaram na tarde desta quarta-feira (24) pela realização de greve por falta de acordo com as companhias aéreas. A paralisação, por tempo indeterminado, está agendada para a partir de segunda-feira (29) em todo o Brasil. A cada dia, ficarão paralisados 50% dos trabalhadores, que irão se alternando nas datas seguintes.

Os funcionários das aéreas querem que as empresas reajustem os salários para compensar as perdas acumuladas com a inflação em 24 meses, porque não houve aumento no ano passado.

Azul, Gol, Itapemirim, Latam, Latam Cargo e Voepass, que fazem parte do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, querem manter os salários sem reajuste e aumentar, de forma escalonada, apenas os benefícios, como vale-alimentação, pela inflação acumulada em 12 meses. A proposta das empresas foi rejeitada.

Os empregados também pedem a manutenção das cláusulas da convenção coletiva vigente, que as empresas querem mudar. O sindicato patronal propôs mudanças nas cláusulas sociais da convenção, como a restrição no horário de realização de exames médicos obrigatórios, que passariam a poder ser realizados apenas das 5h às 13h, e não mais durante o dia inteiro.

Na semana passada, os funcionários votaram contra a proposta das companhias aéreas. Ao todo, votaram 6.596 aeronautas, com 92,9% de votos contrários à proposta das empresas e 6,67% de votos a favor, além de 0,43% de abstenções. A convenção coletiva vence em 30 de novembro, e a data prevista para a renovação expirou em 20 de novembro.

Pleito é para repor perda com inflação, diz sindicato- Ondino Dutra, presidente do SNA, diz que o reajuste dos salários corresponde a um aumento de apenas 1% no custo das empresas. Para ele, o reajuste se justifica porque serviria apenas para recompor as perdas com a inflação nos últimos 24 meses."A categoria aceitou reduções de salários desde o início da pandemia, e a situação das empresas nesse momento de retomada é boa. A Azul tem a maior liquidez da sua história, a Gol efetuou a maior desalavancagem desde sua fundação e a Latam atingiu a maior redução de custo em mais de 10 anos", disse.