116 pessoas, mantidas escravizadas, são resgatadas da colheita de palha da Souza Paiol

Por Sidinéia Tavares/Redação com Reporter Brasil 27/10/2021 20h08 - Atualizado em 27/10/2021 20h08
Por Sidinéia Tavares/Redação com Reporter Brasil 27/10/2021 20h08 Atualizado em 27/10/2021 20h08
116 pessoas, mantidas escravizadas, são resgatadas da colheita de palha da Souza Paiol
Trabalho escravo na Souza Paiol - Foto: Grupo Especial de Fiscalização Móvel/Divulgação

A empresa Souza Paiol, maior fabricante de cigarros de palha do Brasil, foi responsabilizada por manter 116 trabalhadores em trabalho escravo, em uma colheita de palha. Os trabalhadores foram resgatados de uma fazenda em Água Fria de Goiás (GO), distante 140km de Brasília.

Entre os trabalhadores estavam 5 adolescentes, sendo um de apenas 13 anos. Segundo a denúncia, eles trabalhavam com fome, pois a jornada começava às 5h e eles não tinham direito a café da manhã – a primeira marmita chegava apenas às 11h.

“Não tinham nenhum direito trabalhista, dormiam em alojamentos péssimos, não recebiam equipamentos de proteção individual e o motorista do ônibus que os levava para a colheita não era habilitado”, detalha o auditor-fiscal do trabalho, Marcelo Campos, que coordenou a operação feita pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM).

Ainda de acordo com Campos, eles recebiam apenas mais uma marmita no dia, com uma refeição precária.

Até o momento, esse foi o maior resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão realizado em 2021.

A operação de resgate dos trabalhadores foi iniciada no dia 13 de outubro e foi encerrada no dia 20 deste mês. Após o resgate das vítimas e o pagamento de indenizações, pela Souza Paiol, que somadas chegam a R$ 900 mil.

Em suas redes sociais, a empresa Souza Paiol afirmou que estava sendo vítima de reportagens maliciosas e tendenciosas. Além disso, a empresa afirma que o trabalho escravo estaria sendo executado por um de seus fornecedores, sem vínculo direto com a empresa fabricante de cigarros.

Veja o informativo Souza Paiol

Fomos surpreendidos com uma reportagem maliciosa e tendenciosa nas redes sociais sobre trabalho análogo a escravidão. Informamos que a Souza Paiol não compactua com esse regime. Nunca produzimos nossa matéria prima e também não possuímos fazendas, todos nossos insumos são comprados de pequenos e grandes produtores e atravessadores. Como todos as colheitas são artesanais, isso demanda grande quantidade de pessoas para trabalhar e , infelizmente, não conseguimos fiscalizar todos os nossos fornecedores. Foi feito essa negociação entre a Souza Paiol e os vendedores de palha, não tendo exclusividade de ambas as partes, sendo assim, eles poderiam vender para outras fábricas como assim fizeram, mas só acharam notas fiscais de nossa empresa, pois não compramos sem nota fiscal. Com isso, os vincularam exclusivamente a Souza Paiol!Repetimos, não compactuamos com escravidão ou análogo e condenamos essa prática.São 23 anos de história com trabalho honesto, qualidade e gerando renda para várias famílias, mas infelizmente, o que da ibope e gera conteúdo são as inverdades criadas pela mídia.Talvez isso que incomode muita gente!