Após falsa denúncia de assédio, motorista por aplicativo é vítima de ameaças em Arapiraca

Devido as ameças, arapiraquense está impedido de trabalhar

Por Sidinéia Tavares/Redação 11/10/2021 12h12 - Atualizado em 12/10/2021 15h03
Por Sidinéia Tavares/Redação 11/10/2021 12h12 Atualizado em 12/10/2021 15h03
Após falsa denúncia de assédio, motorista por aplicativo é vítima de ameaças em Arapiraca
Vítima de falsa denúncia de assédio - Foto: Cortesia ao Já É Notícia

O arapiraquense João Paulo da Silva, que trabalha como motorista de aplicativo, foi vítima de uma falsa denúncia de assédio sexual e precisou ficar afastado das atividades devido a várias ameaças sofridas.

Segundo informações de João Paulo, na manhã do último domingo, 11, ele recebeu o chamado para atender uma passageira, porém, ele precisou cancelar a viagem. Posteriormente, João Paulo foi surpreendido com sua imagem e as informações sobre seu veiculo circulando nas redes sociais, Instragram e WhatsApp, afirmando que ele teria cometido crime de assédio sexual.

"Hoje minha irmã pegou um Uber na Vou de 99, mas como nos dias de hoje nós mulheres estão sujeitas a tudo, inclusive por assédio. Esse infeliz passou a mão na minha irmã e ela teve que descer do carro no sinal e não era nem o destino dela", diz a mensagem que está circulando nas redes.

As publicações também incluem dados do carro de João Paulo, um Up de cor laranja e placa QLF6E04, e uma foto do cadastro dele no aplicativo de transporte.

Após a ampla divulgação das imagens, João Paulo começou a receber ameaças, inclusive com um vídeo mostrando seu veículo parado na frente da casa de sua mãe. Acompanhado do vídeo, havia um áudio com a seguinte mensagem "Diga aos caras que relaxem, que eu queria saber só onde ele mora, aí. Relaxe".

Em contato com o Já É Notícia, João Paulo afirmou que precisou esconder o carro. "O vídeo é da casa da minha mãe. Depois das ameaças, precisei esconder meu carro, ele é o único UP laranja da cidade. Eu rodo com esse carro, é o único que tenho", explicou João Paulo.

Em outro áudio, um suposto noivo da citada vítima de assédio afirma que João Paulo mantém o carro laranja guardado. "Ele tava rodando com o carro laranja não, pô. Ele guarda o carro laranja e roda com um prata. Ela disse que ele estava com um cinza. Tá ligado? Só que o app, pô, quando ela pegou no app, aí fica. Você tá ligado que fica, né véi, a última corrida?! Aí, deu tudo certinho. Ela disse que era esse mesmo. Ela tá desesperada, lá, chorando. A minha noiva, pô. Deixei ela em casa, está desesperada, chorando, doida. Eu só queria saber onde ele morava, mesmo. Relaxe. Diga aos caras que não aticem não, aí", diz a mensagem.

Momentos, após a divulgação das imagens de João Paulo nas redes sociais. Ele recebeu o print de uma mensagem da suposta vítima enviada para uma amiga que divulgou o caso. As mensagens da suposta vítima pedia para apagar a publicação, pois não seria ele (João Paulo) o autor do assédio. "... por gentileza, apaga pq não é esse o cara". Ela ainda agradece a divulgação e, quando questionada sobre o autor do assédio, ela diz que não. "Ainda não, mas se Deus quiser vamos descobrir".

"Essa 'brincadeira' está me custando bem caro. Estou impedido de trabalhar, estou escondido, meu carro está escondido, como se eu fosse um fora da lei", desabafou o motorista por aplicativo, completando que a mãe e a avó são hipertensas e estão desesperadas com a situação.

Após receber os áudios e vídeos de ameaça, João Paulo fez um Boletim Virtual sobre o caso e procurou a Polícia Civil, em Arapiraca. Devido ao sistema de plantão da PC, ele foi orientado a retornar ao local na quarta-feira, 13.

O Portal Já É Notícia tentou contato com a suposta vítima de assédio e com uma das pessoas que fez a divulgação das imagens de João Paulo, mas até o fechamento desta matéria, não recebeu retorno das partes.


Em contato com o Portal Já É Notícia, a assessoria da Uber ressaltou que João Paulo não é cadastrado em seu aplicativo de viagens.