Mineira escravizada por 38 anos é indenizada com imóvel onde esteve durante o crime
Sete meses após ser libertada de condições de trabalho análogas à escravidão, Madalena Gordiano, de 48 anos, entrou em acordo com a família Milagres Rigueira, responsável por mantê-la como empregada doméstica durante 38 anos. Ela cobrava o pagamento de R$ 2.244.078,81 em direitos trabalhistas e aceitou a proposta de R$ 690.100 durante audiência virtual nessa terça-feira, 13, no Tribunal Regional do Trabalho da terceira região em Patos de Minas, no oeste de Minas Gerais.
Para pagar, a família irá entregar seu apartamento, no qual Madalena morou nos últimos 15 anos. O imóvel está avaliado em R$ 600 mil, mas possui uma dívida em financiamento de R$ 180 mil que Madalena terá de arcar. A ela também será entregue um carro da marca Hyundai, no valor de R$ 70 mil, e uma quantia de mais R$ 20 mil.
Sem receber salário fixo, e com condições trabalhistas ilegais, Madalena foi resgatada em novembro do ano passado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), após denúncias de vizinhos que recebiam bilhetes escondidos da moça pedindo produtos de higiene pessoal.
Aos oito anos, Madalena Gordiano foi entregue pela própria mãe, após bater na porta da professora Maria das Graças Milagres para pedir comida. A “mãe adotiva” teria pedido para ficar com a criança, a mãe biológica concedeu, após explicar que não tinha como criar nove filhos.
A adoção nunca foi oficializada, e logo que chegou na nova casa, Madalena foi retirada da escola, e aos poucos perdeu o contato com a família biológica. Desde o início, a menina realizava serviços domésticos como arrumar a casa, cozinhar, lavar o banheiro, passar pano e cuidar dos filhos da patroa.
Depois de 24 anos na residência, o marido de Maria das Graças passou a se incomodar com a presença da moça. Madalena foi então entregue para o filho do casal, o professor universitário Dalton Cezar Milagres. No entanto, a rotina dela continuou a mesma: acordando às 4 horas da manhã para realizar atividades domésticas.
Ela tem direito a pensão de cerca de R$ 8,4 mil, mas nunca recebeu o dinheiro. Os pagamentos, referentes a um casamento de fachada com um ex-militar, eram controlados por Dalton. Inicialmente, os valores ficavam nas mãos de Maria das Graças, e foram usados para pagar o curso superior da filha dela, Vanessa Maria Milagres Rigueira.
Além de controlar o dinheiro da pensão de Madalena, a família Milagres Rigueira é suspeita de ter cometido fraudes financeiras. Dalton teria realizado empréstimos consignados no nome de Madalena, dos quais ainda restam cerca de R$ 18 mil em dívidas. A esposa Valdirene e a filhas do casal, por sua vez, solicitaram o auxílio emergencial e, mesmo com renda familiar oficial acima de R$ 11 mil, receberam cada uma R$ 3.300: as cinco parcelas de R$ 600 e uma de R$ 300.
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