Entenda o caso em que diretor da PC planejou a morte de juiz e acabou vitimando advogado em Alagoas

Por Redação 09/04/2021 09h09 - Atualizado em 09/04/2021 10h10
Por Redação 09/04/2021 09h09 Atualizado em 09/04/2021 10h10
Entenda o caso em que diretor da PC planejou a morte de juiz e acabou vitimando advogado em Alagoas
Paulo Cerqueira - Foto: Reprodução

Na última quinta-feira, 08, a Polícia Federal divulgou o resultado de uma ampla investigação apontando o diretor-geral da Polícia Civil de Alagoas, Paulo Cerqueira, como autor intelectual de um atentado que pretendia matar o juiz alagoano Marcelo Tadeu, mas que acabou vitimando, por engano, o advogado mineiro Nudson Harley Mares de Freitas.

O atentado ocorreu no dia 3 de julho de 2009, no bairro Mangabeiras, em Maceió.

De acordo com a PF, o caso do assassinato do advogado ficou sob a responsabilidade de Paulo Cerqueira, que durante o inquérito retirou dos autos todo conteúdo de ligações telefônicas e materiais do crime interceptados durante as investigações.

As ligações eram em sua maioria entre Antônio Wendell de Melo Guarniere e Paulo Cerqueira. Antônio Wendell de Melo Guarniere, foi cooptado pelo policial militar Natan Simião para praticar um homicídio. Simião, embora não tenha dito a Guarniere, agia a mando de Paulo Cerqueira, segundo a polícia.

A investigação da PF mostra que o delegado e sua equipe monitoraram Wendel Guarniere nos dias que antecederam o crime e que ele trocou o chip telefônico, após orientação de Cerqueira.

Segundo a investigação federal, após a troca de chip, Wendell recebeu uma ligação de Cerqueira. A conversa durou um minuto e quarenta e quatro segundos, mas o seu conteúdo é desconhecido até hoje, pois, segundo a PF, o arquivo foi excluído por policiais ligados a Paulo Cerqueira.

A PF também descobriu que há uma conversa Wendell com outro homem que iria participar do crime em que Wendell afirma que “irá pilotar a moto” e o outro homem executará o “serviço”. Este homem é identificado como “Pitbull”. O inquérito da PF diz que Paulo Cerqueira era informado do conteúdo dos principais diálogos monitorados.

Ainda segundo a PF, o crime cometido por Wendell Guarnieri foi pago com recursos da Polícia Civil. Além disso, Wendell Guarnieri ficou sob a "custódia" da DEIC, comandada à época por Cerqueira, e, mesmo após expirado o prazo de uma prisão temporária, ele foi hospedado em um apartamento e uma pousada. Toda hospedagem foi paga com recursos da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL).

Ele também teria ficado hospedado, com despesas pagas pela PC AL, uma semana antes do crime. Inclusive com a PC fornecendo um aparelho telefônico para Wendell Guarnieri.

Além disso, a Polícia Federal identificou que Paulo Cerqueira tentou encerrar as investigações precocemente, o que só não ocorreu por intervenção do juiz Marcelo Tadeu.