Famílias do MST realizam protesto e acusam prefeita de Atalaia de perseguição

Por Redação com Assessoria 22/02/2021 11h11 - Atualizado em 22/02/2021 12h12
Por Redação com Assessoria 22/02/2021 11h11 Atualizado em 22/02/2021 12h12
Famílias do MST realizam protesto e acusam prefeita de Atalaia de perseguição
Protesto MST em Atalaia - Foto: Assessoria

10 famílias do acampamento do Movimento Sem Terra (MST) Marielle Franco, localizado em Atalaia, zona da mata alagoana, realizaram um protesto nesta segunda-feira, 22, e se disseram vítimas de ameaça por parte da gestão da prefeita Ceci Rocha.

O protesto foi realizado na BR 316, com faixas e cartazes contendo palavras de ordem. Segundo eles, há mais de 20 dias que as famílias estão sem água e não houve envio de carros pipa para abastecer a comunidade.

“A falta da água na comunidade é, além de um verdadeiro atentado à saúde e a vida das famílias que vivem aqui, faz parte ainda da agenda da gestão municipal que já declarou a intenção de retirar as famílias da área, despejando homens, mulheres e crianças do acampamento em que produzem e constroem sua vida”, destacou Margarida da Silva, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Segundo nota do MST, publicada no dia 12 de fevereiro, a gestão de Ceci Rocha teria ameaçado as famílias de despejo.

“Lamentamos que a nova gestão da prefeitura de Atalaia, que apresenta em seu discurso a perspectiva de mudança, reproduza o que historicamente marca a cidade de Atalaia com suas oligarquias latifundiárias, que em seu permanente discurso de violência, constituiu uma trajetória de perseguição e criminalização dos trabalhadores e trabalhadoras do campo”, destacou um trecho de uma nota de repúdio publicada pelo MST.

Ainda de acordo com a nota veiculada pelo Movimento, a prefeitura havia se comprometido com a inclusão do Acampamento Marielle Franco como parte estratégia da construção dos 100 primeiros dias de gestão, impulsionando o desenvolvimento da agricultura no município.

“A prefeita que se elegeu com o discurso da nova política, do acolhimento e da mudança, acaba reproduzindo a lógica que marca a história de Atalaia ao assumir a gestão municipal”, comentou Margarida. “Além de ignorar o papel e a importância da Reforma Agrária para o desenvolvimento de Atalaia, a posição da prefeitura reforça da maneira mais cruel a perseguição aos camponeses e camponesas”.

A Prefeitura de Atalaia se pronunciou sobre o caso. Veja a nota:

NOTA DA PREFEITURA DE ATALAIA

A Prefeitura Municipal de Atalaia vem por meio de nota esclarecer a denúncia de despejo contra algumas famílias. A Prefeitura reforça que foi feito um boletim de ocorrência para que 15 famílias que estão no distrito industrial sejam remanejadas para outro local (que fica no mesmo distrito), já que atualmente, essas 15 famílias ocupam o local de maneira irregular e o terreno será sede de uma empresa que vai ofertar 400 empregos para a cidade.

Esta parte do terreno encontra-se sem água e depende de carro-pipa que está quebrado, sendo necessário que se construa poços. A gestora Ceci Rocha relembra que as deputadas estaduais Angela Garrote e Fátima Canuto contemplaram Atalaia com poços, e que reforça que o Assentamento Marielle Franco será beneficiado.

A prefeita Ceci Rocha explicou pessoalmente às famílias do Acampamento Marielle Franco - por diversas vezes - a importância deles serem remanejados visando a melhoria para as famílias, assim como toda população de Atalaia com a chegada da empresa que vai levar emprego e renda para a cidade, inclusive para os próprios membros do Assentamento que também serão beneficiados com cursos da própria empresa.

A gestora também enfatiza que entregou ontem 300 cestas básicas para os assentamentos São Pedro e São José, São Luiz e Flor da Serra. A Prefeitura de Atalaia reforça seu compromisso com a população, valoriza a luta do campo e trabalha diariamente para o bem de todos.