Idoso que matou jovem após xingamentos em Olho d'Água Grande vai a júri

Vítima teria ido até janela do bar onde estava e gritou "Ô lugar de corno"

Por da redação com GazetaWeb 15/12/2020 20h08
Por da redação com GazetaWeb 15/12/2020 20h08
Idoso que matou jovem após xingamentos em Olho d'Água Grande vai a júri
Olho D'Água Grande, Alagoas - Foto: Reprodução

O idoso José Izidoro Neto, de 72 anos, foi pronunciado, nesta terça-feira (15), a júri popular. Ele responde pelo homicídio de Joel da Silva, de 22 anos, que foi assassinado em 2 de julho de 2016, em Olho d'Água Grande, com um tiro de espingarda na cabeça.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Alagoas (MP/AL), a motivação do crime foi porque a vítima foi para janela do bar onde estava e gritou "ô lugar de corno", o que provocou a ira do idoso.

Segundo o texto da denúncia, a vítima Joel da Silva estava bebendo no "Bar do Adriano" juntamente com alguns amigos quando o idoso chegou armado com uma espingarda. De acordo com testemunhas, logo que chegou ao local o denunciado mandou que as pessoas que estavam próximo à vítima se afastassem e então efetuou um disparo de arma fogo contra esta, que morreu imediatamente.

Além disso, o MP/AL afirma que logo em seguida o idoso mandou que Joeliton da Silva (irmão da vítima) e Adriano dos Santos Gonzaga (dono do bar), que estavam bebendo com a vítima, fossem para o lado de fora do bar porque ele também os mataria, mas eles conseguiram correr pelos fundo do bar e José Izidoro não chegou a disparar.

De acordo com o MPAL, o idoso e a vítima eram amigos de infância e não existia desavença entre ambos, e que no dia do homicídio a vítima foi para janela do bar e gritou "ô lugar de corno", o que provocou a ira do denunciado. Segundo o órgão ministerial, ficou configurado motivo fútil para cometimento do crime. "Uma vez que houve imensa desproporção entre o ato da vítima, que deu um grito da janela do bar, e o ato do acusado, que tirou-lhe a vida", afirma a denúncia.

Contudo, em depoimento à Polícia Civil, o idoso José Izidoro Neto contou que conhecia a vítima de vista, pois, segundo ele, todos no povoado sabiam que a vítima sempre ia para o povoado se esconder das coisas erradas que fazia em outras cidades, pois era envolvido com drogas.

Segundo com Izidoro Neto, certa vez, presenciou a vítima pelado em seu quintal, mostrando os órgãos genitais para as suas filhas. O idoso disse que como sabia que a vítima fazia isso em outras casas do povoado, falou para ele que não admitia aquilo em sua residência, e de acordo com ele, neste momento a vítima o ameaçou de morte, e andava dizendo no povoado que iria matar o acusado.

José Izidoro Neto contou que no dia do fato o acusado falou para seus filhos que estava com medo de morrer, pois a vítima sempre ficava armado no bar da frente de sua casa, acreditando que para esperar por ele e o pegar de surpresa. Por esse motivo ele disse que pegou a sua espingarda calibre 20, e quando ia para o terreno a colocou no ombro e partiu, e ao passar pelo bar onde estava o jovem, percebeu quando ele partiu para cima de sua pessoa, e colocou a mão no cabo do revólver que estava na cintura.

Diante desse cenário, o idoso contou que, de imediato, pegou sua espingarda e deflagrou um tiro contra a vítima. O idoso disse que o rapaz gostava de desrespeitar os moradores daquele povoado dizendo que "naquele povoado não tinha home, só tinha corno e viado".

José Izidoro revelou que depois do crime fugiu para a casa do seu irmão, e no meio do caminho jogou a arma de fogo fora, e quando foi procurar dias depois, não a encontrou, e resolveu se apresentar na delegacia, pois queria responder pelos seus atos.