Em leilão relâmpago e sem concorrência, Oi vende operação móvel para rivais

TIM, Claro e Vivo arrematam unidade por R$ 16,563 bilhões

Por da redação com O Globo 14/12/2020 20h08
Por da redação com O Globo 14/12/2020 20h08
Em leilão relâmpago e sem concorrência, Oi vende operação móvel para rivais
Operadora OI - Foto: Reprodução

O projeto da supertele nacional acabou de vez na tarde desta segunda-feira. Em um leilão virtual, organizado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que durou pouco mais de 30 minutos, a Oi vendeu sua unidade de telefonia móvel para as rivais TIM, Claro e Vivo por R$ 16,563 bilhões.

Com isso, os 33,7 milhões de clientes móveis da Oi vão mudar de mãos em um processo que já está sendo organizado pelas rivais. A ideia é que esse processo seja concluído entre o fim de 2021 e início de 2022, de acordo com fontes.

No leilão virtual, a Justiça acabou não recebendo outra proposta. Havia a expectativa de que a Highline, da americana Digital Colony, entrasse no certame. Sendo assim, o juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial da Justiça deu parecer favorável à proposta feita pela Claro, TIM e Telefônica.

O Ministério Público também deu parecer favorável ao negócio, ressaltando que a consumação da operação esteja atrelada à aprovação do Cade, que regula a concorrência no Braisl, e à anuência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

De 'campeã nacional' à crise financeira


Apelidada de “supertele nacional” ao nascer da fusão de Telemar e Brasil Telecom, em 2008, com incentivos públicos no âmbito do que ficou conhecida como "política de campeões nacionais" nos governos Lula e Dilma, a Oi viu suas dificuldades financeiras se agravarem após unir-se à Portugal Telecom, em 2013.

Pediu recuperação judicial em 2016, com dívida de R$ 64 bilhões. O processo ainda não terminou. Em setembro deste ano, credores aprovaram uma nova versão do plano de recuperação que prevê a venda de uma série de ativos, inclusive sua unidade de telefonia móvel, redes de fibra óptica e sua TV por satélite.

No mês passado, a Oi levantou R$ 1,4 bilhão num primeiro leilão de torres e centros de dados. Foram comprados pela tele americana Highline e pela gestora Piemonte Holding, que têm se interessado por outros ativos no setor no Brasil.