Clarice Lispector é reconhecida como cidadã pernambucana
Solicitação feita pela Fundação Joaquim Nabuco à Assembleia Legislativa de Pernambuco foi acatada. Instituições vão programar cerimônia para 10 de dezembro, centenário da escritora

Por iniciativa da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a Assembleia Legislativa de Pernambuco concedeu o título honorífico de cidadã pernambucana, post mortem, a escritora Clarice Lispector (1920-1977). O pedido foi oficializado neste ano pela Fundaj e tramitou na Alepe por proposição do deputado Marco Aurélio. Trata-se de um importante reconhecimento à escritora que viveu no Recife até os 14 anos, tendo em seus contos e crônicas a demonstração da sua ligação com a cidade.
A Fundação já está programando junto com Assembleia a solenidade para o dia 10 de dezembro próximo, data do centenário de Clarice. “Mais do que qualquer outro autor brasileiro, a escritora, ucraniana de nascença mas de alma brasileira, já que chegou no país aos dois meses de vida, é um fenômeno literário. Sua escrita, com estilo intimista que popularizou as narrativas psicológicas, marcou a literatura do século XX. À frente de uma instituição que tem entre as suas missões salvaguardar a memória e a cultura, não poderia esquecer Clarice Lispector”, ressalta o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos.
A busca pelo reconhecimento ao patrimônio cultural deixado pela escritora ou ao que se refere a ela tem sido uma constante na Fundaj. A instituição está empenhada no projeto de recuperação da casa onde ela viveu até os 14 anos na capital pernambucana. O imóvel no número 347 da Praça Maciel Pinheiro, área central do Recife, está deteriorado. O custo da obra está orçado em R$ 1,8 milhão. Para levar o projeto adiante, a Fundação está concorrendo aos recursos junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública no edital sobre Fundo de Direitos Difusos, que são recursos voltados para vários segmentos, entre eles o de preservação de patrimônio.
A proposta da Fundação é restaurá-lo para criar um Centro Cultural. "A ideia é que este Centro seja voltado ao conhecimento da literatura brasileira e a memória de Clarice Lispector nesse local porque foi a casa onde ela viveu com a família. Essa foi a casa onde ela viveu parte da sua infância quando veio morar no Recife quando chegou ao País vinda da Ucrânia", adianta Campos.
A casa é de propriedade da Santa Casa de Misericórdia e está protegida legalmente por meio do tombamento provisório em nível estadual pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e em análise preliminar no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para tombamento federal. Apesar de sua importância, o imóvel encontra-se abandonado, em avançado processo de degradação e já se constatando perda de elementos arquitetônicos originais.
O projeto elaborado pela Santa Casa de Misericórdia e abraçado pela Fundaj foi idealizado por meio de levantamentos iconográficos, gráficos e históricos, confrontação de informações e levantamentos. Nele, estão apresentadas as propostas de restauro e reforma, que possibilitarão que a edificação volte a ser usada, tendo como partido a reconstituição física o mais próximo do período em que Clarice Lispector ali residiu.
Após a reforma, a Fundação pretende inaugurar no espaço o Centro Cultural Casa Clarice Lispector voltado a memória da escritora de renome internacional, de modo a possibilitar a difusão do conhecimento da literatura brasileira, especificamente à memória de Clarice.
Reconhecimento
Desde o início deste ano a Fundaj vem realizado ações em homenagem aos 100 anos da escritora Clarice Lispector, completados em 2020. Em abril, a Fundação promoveu a Festa Digital do Livro tendo como homenageada a escritora. Em setembro passado, em parceria com os Correios lançou o selo comemorativo Clarice Lispector.
Recife de Clarice
o Recife está nos textos e na alma de Clarice. Em seus inúmeros contos e crônicas a capital pernambucana desfila à nossa frente: suas ruas, as crianças brincando na praça, os casarios e os mocambos e tudo mais que fazia parte da paisagem recifense naquela cidade de sua infância.
Inclusive a exclusão social.
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