Mais de 60% dos alagoanos vivem em situação de insegurança alimentar

Número equivale a mais de 2 milhões de alagoanos que não possuem o que comer

Por Redação com Ascom IBGE 17/09/2020 11h11 - Atualizado em 17/09/2020 11h11
Por Redação com Ascom IBGE 17/09/2020 11h11 Atualizado em 17/09/2020 11h11
Mais de 60% dos alagoanos vivem em situação de insegurança alimentar
Panela vazia - Foto: TV Cultura

O Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 17, que 60,8% da população em Alagoas vive em situação de insegurança alimentar. Esse percentual equivale a mais de dois milhões de alagoanos que não possuem o que comer diariamente.

Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) – Análise da Segurança Alimentar, divulgada nesta quinta-feira (17). Os resultados são referentes aos anos de 2017 e 2018, período no qual os entrevistadores estiveram em campo aplicando o questionário. 

Desse total de dois milhões, 38,5% (1,2 milhão) residem em domicílios com insegurança alimentar leve; 13,7% (455 mil) em domicílios com insegurança alimentar moderada e 8,5% (282 mil) em lares em situação de insegurança alimentar grave.

No nordeste, cuja média observada foi de 54,2%, só o Maranhão (68,2%) tem mais moradores em domicílios em situação de insegurança alimentar.

No Brasil, 41% da população vive em domicílios com algum grau de insegurança alimentar. Além do Maranhão, Acre (61,5%), Amapá (65,4%), Pará (66,6%) e Amazonas (71%) tiveram percentuais maiores que o de Alagoas.

A pesquisa segue os critérios da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Desse modo, a segurança alimentar ocorre quando a família/domicílio tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. No outro lado da ponta, a insegurança alimentar grave significa que os moradores passaram por privação severa no consumo de alimentos, podendo chegar à fome, em algum momento entre 2017 e 2018.

Um domicílio é classificado com insegurança leve quando aparece preocupação com acesso aos alimentos no futuro e a qualidade da alimentação já está comprometida. Nesse contexto, os moradores já assumem estratégias para manter uma quantidade mínima de alimentos disponíveis. Trocar um alimento por outro que esteja mais barato, por exemplo. No segundo nível, de insegurança moderada, os moradores já têm uma quantidade restrita de alimentos.

Mais da metade dos lares alagoanos estão em situação de insegurança alimentar

Sob a ótica dos domicílios, também analisada na pesquisa, os dados indicaram que 56,7% (582 mil) dos lares em Alagoas estavam em situação de insegurança alimentar. Do total de 1,028 milhão, 43,3% (445 mil) tinham segurança alimentar.

Em relação ao grau, 35,2% (362 mil) dos domicílios figuravam com insegurança alimentar leve; 13,8% (142 mil) estavam com insegurança alimentar moderada e 7,7% (79 mil) dos lares com insegurança alimentar grave.

No Brasil, Acre (58,7%), Amapá (59,4%), Pará (61,2%), Amazonas (65,5%) e Maranhão (66,2%) tinham proporcionalmente mais domicílios em condição de insegurança alimentar.